Diversos leitores mantiveram contato com a coluna para comentar sobre o Telecatch e a vibração com as lutas. Lembraram do álbum de figurinhas Reis do Ringue e de um embate no ginásio da Ginástica, em Santa Cruz do Sul, com a presença de Ted Boy Marino.
Mesmo sabendo tratar-se de uma marmelada, ninguém deixava de assistir. Lembraram da revolta do público com o juiz omisso e com os golpes baixos dos vilões. Pessoas jogavam sapatos para dentro do ringue. Sob encomenda, uma velhinha costumava bater nos vilões com uma sombrinha. Um velhinho os atacava com bengala.
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O sangramento era bem simulado. Sem que a câmera mostrasse, o técnico entregava ao vilão um saquinho plástico com groselha. Com a mão fechada, desferia um golpe e espremia o saquinho, espalhando “sangue”. No dia seguinte, o herói aparecia sem nenhuma cicatriz.
Dentre os lutadores, havia figuras misteriosas, como os mascarados Fantomas, Leopardo, La Múmia e Tigre Paraguaio. Também se destacavam Hércules, Aquiles, Mongol, Rasputin Barba Vermelha, Bala de Prata, Falcão, Barba Roxa, Cigano, El Cid, Gran Caruso, Romano, Verdugo, Scaramouch e outros.
Ted Boy Marino foi o principal herói do Telecatch
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O grande herói era Ted Boy Marino. De origem italiana, aos 12 anos mudou-se para Buenos Aires e, com 24, veio para o Brasil. Era atleta e galã muito popular. Quando a censura determinou o fim do Telecatch, ele e outros lutadores percorreram o Brasil com a atração.
Ted Boy chegava a receber oito mil cartas por mês. Participou também de programas humorísticos da Globo, como Os Trapalhões e a Escolinha do Professor Raimundo. Ele faleceu em São Paulo em 2012.
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