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Colheita da noz-pecã deverá chegar a 20 toneladas em Santa Cruz

Foto: Rafaelly Machado

Elmo Backes está satisfeito com os bons resultados: neste ano, o clima ajudou bastante e a produção chegará a cinco toneladas

A abertura oficial da colheita da noz-pecã no Rio Grande do Sul ocorreu na última quinta-feira, no formato online, com transmissão pela página oficial da Emater no YouTube. Com 8 mil hectares destinados ao cultivo, a previsão é de que a safra 2021 alcance 4,5 mil toneladas, um recorde no Estado. O volume é 500 toneladas maior do que a marca histórica alcançada em 2019. Já em Santa Cruz do Sul, que possui uma área de 85 hectares e 15 produtores, a Emater/Ascar-RS prevê que 20 toneladas da fruta seca sejam colhidas até o fim de maio. Os maiores pomares estão distribuídos nas localidades de Linha Eugênia, Linha Ficht e Linha Antão.

Na região do Vale do Rio Pardo e Centro-Serra, são 890 hectares distribuídos entre 134 produtores. A produção ainda é baixa, em torno de 245 toneladas, porque a maioria dos pomares são jovens e não estão em período de produção – em média, a nogueira leva quatro anos para produzir e oito para dar retorno financeiro. Os municípios com maior área de cultivo são Encruzilhada do Sul, com 490 hectares, seguido por Rio Pardo e General Câmara, ambas com 100 hectares, e Pantano Grande, com 67 hectares.

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O extensionista rural agropecuário da Emater, Vivário Zago, destaca que os resultados positivos dessa supersafra se devem às condições climáticas favoráveis. “O clima seco favoreceu a sanidade das plantas e, consequentemente, das frutas e das amêndoas. Além disso, o manejo fitossanitário adequado durante o período, principalmente da primavera até a colheita, ajudou a evitar que doenças como a sarna e outras atacassem os tecidos jovens, como folhas e frutos, e prejudicam a qualidade e rendimento da noz-pecã”, explica.

A cultura possibilita uma boa remuneração, podendo alcançar uma produtividade de 1,5 a 2 toneladas por hectare. É comercializada em feiras rurais, supermercados, padarias e lojas de produtos naturais ao preço médio de R$ 30,00 o quilo com casca e R$ 60,00 sem a casca.

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Já nas agroindústrias, como a Nozes Pitol, de Anta Gorda, Pecanita Alimentos, Paralelo 30 e Divinut, de Cachoeira do Sul, que adquirem a maior produção na região, o preço do quilo varia entre R$ 8,00 e R$ 12,00, de acordo com critérios de qualidade da fruta, que precisa atingir 50% de rendimento e ter umidade de 4 a 5%.

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Na região do Vale do Rio Pardo e Centro-Serra, são 890 hectares distribuídos entre 134 produtores | Foto: Rafaelly Machado

Produtor de Linha Eugênia comemora resultados
No pomar do bancário aposentado e penicultor Elmo Backes, de 65 anos, que reside em Linha Eugênia, no distrito de Monte Alverne, interior de Santa Cruz do Sul, a colheita deste ano vai chegar a 5 toneladas. Com 4 toneladas já colhidas, e o restante a ser apanhado nesta semana, ele comemora os bons resultados. “No ano passado, não deu praticamente nada, não chegamos a colher uma tonelada. Agora o tempo foi perfeito, pois não houve muita chuva na época da floração nem no verão. A umidade é inimiga da noz-pecã”, esclarece Backes.

Na propriedade, que tem 27 hectares, sete são destinados a cultura, com 1.350 nogueiras das variedades Barton e Shawnee. A plantação teve início em 2011, logo após Backes se aposentar e migrar da vida corrida da cidade para o sossego no campo.

Para não contar somente com o clima, o produtor esclarece que é fundamental realizar técnicas de manejo adequadas, como adubação, desbaste das árvores para manter uma insolação adequada e a pulverização para evitar pragas na lavoura. Backes também aderiu ao sistema silvipastoril (SSP), uma das modalidades dos sistemas agroflorestais no qual animais, árvores e pastagens são inseridos de forma simultânea na mesma área, beneficiando o meio ambiente e os produtores. Desta forma, como estratégia, ele tem o manejo de bovinos da raça Hereford, que ajudam bastante a elevar o seu desempenho produtivo.

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A manutenção da lavoura, que geralmente é feita por dois funcionários fixos, em tempos de colheita chega a reunir 12 trabalhadores temporários. A colheita é manual, com a ajuda de um coletor acoplado ao trator, denominado Shaker. O equipamento ajuda as frutas a se desprenderem da planta e a caírem sobre uma lona estendida ao chão. Posteriormente, as nozes são encaminhadas aos três depósitos da propriedade, onde são secadas à sombra por um período de quatro a cinco semanas, para que a umidade caia dos 20% registrados na colheita para 6 ou 4%. Depois, são descascadas e embaladas para comercialização.

Na propriedade, que é administrada por Backes, pela esposa Cleuza e por um dos filhos, Henrique, além da noz-pecã há ainda uma diversificação de frutas e criação de animais, em especial aves, como avestruz branco, patos, pavão e galos. A família também tem a renda garantida com a comercialização de ovos. Com 500 galinhas poedeiras coloniais da raça Embrapa 05, por dia são preenchidas 25 caixas, que abastecem mercados e padarias locais.

Expansão
Para implementar a comercialização e produção de noz-pecã, a família constituiu recentemente uma empresa, a Agroindústria Backes Ltda., que além de trabalhar com o volume próprio de produção, pretende adquirir a de outros produtores locais.

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Atualmente, as nozes da propriedade são vendidas para pessoas físicas e em estabelecimentos, como padarias, supermercados e lojas de produtos naturais de Santa Cruz do Sul e Venâncio Aires. O preço do quilo sem casca custa R$ 60,00.

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