O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) alertou nesta terça-feira, 1º, que a Europa vai testemunhar uma crise humanitária na Grécia, caso os países não implementem acordos firmados em 2015 para reassentar 66,4 mil refugiados. Apenas em janeiro e fevereiro de 2016, 122.637 pessoas cruzaram o Mediterrâneo e chegaram ao território grego.
Outros cerca de 9 mil indivíduos deslocados atravessaram o oceano, mas aportaram em outras partes do continente europeu. O contingente já registrado nesse ano está se aproximando dos quase 150 mil refugiados e migrantes que chegaram à Europa ao longo do primeiro semestre de 2015. Em 2016, 410 mortes já foram contabilizadas.
Cerca de 55% dos refugiados vindos da Síria e chegando à Grécia são de mulheres e crianças. Muitos vieram do norte do país em guerra, onde confrontos recentes atingiram a população.
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Número de refugiados está aumentando
Na véspera de seu alerta, a agência da ONU calculou que, na Grécia, o número pessoas deslocadas e precisando de acomodação subiu para 24 mil. Estima-se que, desse volume, aproximadamente 8,5 mil estão em Idomeni, cidade próxima à fronteira do país com a Macedônia. Ao menos 1,5 mil passaram a noite de domingo ao relento, segundo o ACNUR.
“As condições de superlotação estão levando à escassez de comida, de abrigo, de água e saneamento. Tensões têm aumentado, alimentando a violência e beneficiando os interesses de traficantes de pessoas”, afirmou o porta-voz do ACNUR, Adrian Edwards.
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De acordo com a agência da ONU, as autoridades gregas têm respondido à atual conjuntura, mas faltam recursos e coordenação para evitar “caos e sofrimento” e acelerar o registro e processamento de pedidos de asilo. Dois campos, perto de Idomeni e com capacidade para 12,5 mil pessoas, foram erguidos. Um terceiro local está sendo preparado e construído para receber populações deslocadas.
O ACNUR tem fortalecido os esforços da Grécia, fornecendo tendas e alojamentos, além de levar especialistas técnicos e de proteção a regiões críticas do país. A agência instalou escritórios de campo em oito localidades do território grego. Grupos móveis de emergência também foram disponibilizados, podendo atuar em diferentes lugares em função das necessidades.
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