Com o objetivo de ajudar pais e professores na educação de autistas, a Neuro Saber vai realizar uma aula gratuita com a psicopedagoga Dayse Serra. A especialista, que também é doutora em psicologia clínica, explica quais são os seis passos do processo de alfabetização de um aluno com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Todo o conteúdo foi transmitido pelo site http://entendendoautismo.com.br/.
Segundo a Dra. Dayse Serra, a alfabetização de uma criança com TEA começa no entendimento do funcionamento do pensamento do autista, como, por exemplo, suas alterações no que diz respeito a percepção de mundo, as sensações, os medos e seu desempenho linguístico. ”As tarefas com o autista precisam ser estruturadas e adaptadas às características específicas”.
Para a psicopedagoga, primeiramente, é primordial conhecer o nível de gravidade da criança em questão, já que ela pode apresentar transtornos adicionais. “Ou ainda uma gravidade maior. A partir disso será possível projetar um caminho e ver se será um pouco mais longo ou não”.
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Outro ponto indispensável para ela é a avaliação psicopedagógica. Essa análise permitirá considerar os aspectos cognitivos, afetivos, psicomotores e sociais do paciente. Ela enfatiza que a importância de se avaliar essas questões é que todas elas, de alguma forma, vão interferir na aprendizagem e mais especificamente na alfabetização. “Vão funcionar como peças de um grande quebra-cabeça”.
Em seguida, a especialista diz que é necessário verificar se o aluno possui habilidades pré-acadêmicas, ou seja, se consegue suportar o ambiente de uma sala de aula. Por isso, deve-se levantar os seguintes pontos com seriedade: será que esse estudante possui habilidades para se concentrar? Ou conseguirá permanecer sentado por algum tempo?
– Com essas respostas podemos prosseguir, pois a etapa posterior se concentra no desenvolvimento da criança. Avaliamos as particularidades relacionadas com a habilidade da teoria da mente, já que a interpretação requer a compreensão do significado e a inferência. É preciso também estar atento no aperfeiçoamento da capacidade de análise e síntese, pois elas são importantes no processo de alfabetização – diz.
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O quinto passo, segundo a doutora, é o momento em que a criança toma conhecimento dos elementos contidos em nossa língua como, por exemplo, rimas, fonemas, aliterações, ou repetições de sons de consoantes semelhantes. “Uma boa sugestão é trabalhar com a música, pois facilita o aprendizado”.
A última etapa é a ocasião na qual se inicia todo o processo de aquisição da leitura pela abordagem dos sons, explica a psicopedagoga. Essa fase tem outras divisões, pois apresenta cada fonema e com uma ordem previamente definida e cientificamente comprovada, com o acompanhamento do alfabetizador.
– Ainda assim há um percentual altíssimo de fracassos nessa área. E apesar da diversidade dos métodos, nem todos são adequados para uma criança ou jovem com TEA. É fundamental que o educador pesquise bem para entender o funcionamento do cérebro do autista. Apenas dessa forma será possível fazer as escolhas apropriadas para cada aluno e, assim, poder trilhar um caminho melhor para o aprendizado – reforça.
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