Foi aprovado durante reunião do Conselho Universitário (Consun), na tarde de ontem, o aumento na mensalidade da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) a partir do próximo semestre. Ao todo, 36 conselheiros compareceram à votação e 34 deles votaram na proposta encaminhada pela reitoria, que prevê um reajuste de 10,25%. Os outros dois votaram em uma proposta de 8%, apresentada pelo Diretório Central de Estudantes (DCE).
A reunião durou cerca de 1h30 e transcorreu com tranquilidade – diferente do ano passado, quando um protesto de estudantes quase inviabilizou a votação, que ocorreu em meio a gritos e palavras de ordem. O episódio constrangeu alguns conselheiros, que solicitaram à reitoria uma segurança reforçada este ano.
Boa parte do bloco 1 foi “cercada” por tapumes e cinco seguranças. A entrada foi controlada e a imprensa não teve acesso. Somente os conselheiros puderam entrar. “Foi uma reunião de alto nível, todos os lados expuseram seus argumentos. Este ano conseguimos debater”, relatou o pró-reitor de Administração, Jaime Laufer. Impedidos de participar, parte dos estudantes que queriam entrar na sala 108 se retiraram do local.
Na reunião, foram avaliadas apenas as propostas da reitoria – que tem como base um cálculo utilizado há dez anos, combinando as variações do IGP-M e do INPC – e do DCE. “Conseguimos argumentar nossa proposta. Alguns professores até se solidarizaram com ela, mas na hora da votação, apoiaram a reitoria”, lamentou o presidente do DCE, Tiago Mello.
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Das 11 cadeiras que representam os estudantes no colegiado, apenas duas estavam ocupadas. Segundo Mello, os conselheiros estavam trabalhando e, como não são permitidos suplentes, não puderam ser substituídos.
Não foram registrados protestos este ano. Ainda conforme o presidente do DCE, os estudantes foram avisados apenas há uma semana sobre a proposta de reajuste. “A reitoria não discutiu valores conosco. Nem deu para nos organizarmos, e o horário da reunião também não permitiu que os alunos participassem”, argumentou ele.
Para Laufer, o reajuste é a única maneira de manter a universidade. “Tínhamos que fazer cortes. O percentual que nós apresentamos é o mais baixo possível para que possamos manter tudo o que já está”, justificou.
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Laufer também rebateu as acusações do dirigente do DCE de falta de diálogo. “Na última reunião, quando debatemos sobre o assunto, eles nem estavam presentes”, afirma o pró-reitor.