A Organização Mundial da Saúde definiu o dia 10 de setembro como data especial para chamar a atenção do suicídio, instituindo assim o Setembro Amarelo. No Brasil, desde 2015, o Centro de Valorização à Vida (CVV), a exemplo de entidades de outros países, também criou o mês do Setembro Amarelo. O objetivo da campanha é alertar e prevenir o suicídio.
Trata-se, evidentemente, de um assunto grave e, ao mesmo tempo, triste e delicado, que passa quase despercebido. Por ainda ser tabu, os familiares e conhecidos do suicida mantém certa reserva, quando não silêncio absoluto, negando-se a falar sobre o assunto. Os meios de comunicação, por sua vez, raramente, citam a causa da morte promovida pela própria pessoa como suicídio, informando, no máximo, ter sido de forma trágica, o que pode suscitar inúmeras formas. Além do tabu, talvez seja, também, consequência de um entendimento que existia há algum tempo de que a divulgação de suicídios poderia levar outras pessoas que estivessem passando por algum problema a cometer o mesmo gesto extremo com a sua própria vida.
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Tristemente, a ocorrência de suicídios tem aumentado em ritmo cada vez maior. De acordo com números oficiais, em média, 32 brasileiros atentam contra a própria vida diariamente, um número maior do que a de vítimas de AIDS e da maioria dos tipos de câncer. Num universo de 100 mil habitantes, no Brasil, a taxa de suicídios é de 6 pessoas; no RS, 11; em nossa região, 17,2; e em Santa Cruz do Sul, por razões ainda não comprovadamente claras, 19,3, o que significa mais de três vezes a taxa do país.
Outra constatação é que, conforme dados da Organização mundial da Saúde (OMS),o suicídio é a segunda principal causa de morte de jovens entre 15 e 19 anos. Esta constatação pode estar subestimada porque “A dor, a estigmatização e a dificuldade das pessoas em falar quando vivem essa situação de perto tornam difícil a obtenção de números exatos”, explica Joana Portolese, assessoram em neuropsicologia do Instituto de Pesquisa Pensi”.
De acordo com a dra. Cláudia Weyne Cruz, funcionária da Secretaria da Saúde do RS e que trabalha com estudo de casos de suicídio, existem várias vertentes que podem levar ao suicídio: biológicas (depressão e demais transtornos); sociológicas (homens-bomba, esposas de hindus que se imolam junto ao marido morto); e subjetivas (questões psicológicas). Geralmente, o suicídio vem precedido de um quadro de depressão, durante algum tempo. Enquanto os jovens sofrem mais com bulling, falta de adaptação social, mau desempenho escolar, cobranças, etc., nos adultos a depressão é causada por uma série de problemas, sendo um deles as dificuldades financeiras. O importante é que as pessoas que desconfiam de algo errado com alguém próximo ou conhecido – diz a dra. Cláudia que a pessoa sempre emite sinais que, às vezes, as pessoas do entorno não reconhecem ou acham que é frescura ou coisa de alguém que quer chamar a atenção – devem buscar orientação profissional de modo a identificar eventual perigo e iniciar um tratamento preventivo.
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Quando alguém tem hábitos prejudiciais à saúde – bebe muito, fuma, é sedentário, alimenta-se mal, etc – ao longo do tempo o corpo começa a emitir alguns sinais de que algo está errado. Em algum momento, as consequências aparecem, mas que são relevadas por algum tempo. Mas, dependendo da gravidade, exigem intervenções e tratamentos intensivos, além, é claro, de mudanças nos hábitos, que podem ser promovidas por iniciativa própria ou de familiares.
Nas finanças acontece a mesma coisa. Quando não conseguimos pagar todas as contas do mês, de início sempre achamos alguma desculpa ; geralmente, é o salário que é baixo, aconteceu algum gasto não previsto ou que logo mais vamos resolver as pendências. Mas, independente do motivo, as dívidas começam a se acumular, perdemos o controle da situação e isso pode terminar de forma trágica. Talvez seja este o momento para parar tudo, analisar melhor os gastos e iniciar uma “dieta financeira”.
Problemas financeiros podem levar à depressão. Dos mais de 63 milhões de brasileiros inadimplentes, atualmente, conforme dados da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), é muito provável que muitos desses devedores estejam num quadro de depressão, com grande risco de suicídio.
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Felizmente, já está se falando mais do suicídio. Na edição de 8 e 9 de setembro da Gazeta do Sul, sob o título “Precisamos falar sobre suicídio”, a jornalista Naiara Silveira fez interessante e oportuna matéria em que uma jovem, corajosamente, contou sua tentativa de suicídio. Sobre o mesmo tema, o “Enxugando Lágrimas – Grupo de Autoajuda no Combate à Depressão”, criado pelo empresário Cláudio Spengler, promoveu palestra alusiva ao Setembro Amarelo, proferida pela dra. Cláudia Weine Cruz. Além das informações interessantes, esclarecedoras e desafiadoras, os participantes saíram da palestra com o presente do livro, recém saído da forma, “Viver sempre, autoextermínio nunca”, de Cláudio Spengler.
A propósito do mês Setembro Amarelo, Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), afirma que o dinheiro pode sim ter uma parcela de culpa na depressão. Mas, ele alerta que “Sempre pode haver uma saída para quem está com problemas financeiros. Às vezes, chegar ao fundo do poço financeiro pode ser a solução para poder recomeçar do zero e mudar definitivamente de vida”. Por isso, através da DSOP Educação Financeira, Reinaldo disponibilizou, gratuitamente e até o dia 30 deste mês de setembro, o curso EAD “Como Quitar Suas Dívidas”. Junto com a educação financeira, pode ser o início de um novo caminho para quem está em desespero com a sua situação financeira. Claro, em casos mais graves, é preciso procurar ajuda psicológica.
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