Os goleiros nascidos na Argentina protagonizaram os maiores frangos da Copa do Mundo na Rússia. Ambos no estádio de Nijni Novgorod. Willy Caballero presenteou Rebic com o primeiro gol croata quando a seleção de Lionel Messi perdeu por 3 a 0 na fase de grupos. Nesta sexta, 6, Fernando Muslera, nascido em Buenos Aires, matou qualquer chance de reação do Uruguai ao deixar o chute de Griezmann passar por entre suas mãos aos 15 minutos do segundo tempo.
Foi o lance que definiu a vitória da França por 2 a 0 nesta sexta e a classificação da equipe europeia para a semifinal da Copa do Mundo. Os franceses vão enfrentar o vencedor do confronto entre Bélgica e Brasil, que jogam a partir das 15 horas (de Brasília) desta sexta, na próxima terça, 10, em São Petersburgo.
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O placar final foi reflexo do domínio da França na partida. O Uruguai sentiu a ausência de Cavani, autor dos dois gols nas oitavas de final contra Portugal. Ele sofreu lesão na coxa direita e foi vetado para as quartas de final.
Desde o início ficou claro que a França tinha mais qualidade no toque de bola e velocidade no ataque. O plano do Uruguai era negar os espaços que o adversário encontrou contra a Argentina, nas oitavas, e tentar achar os laterais Cáceres e Bentancur em velocidade. Estes deveriam lançar Suárez ou Stuani na área.
Não deu certo nos primeiros 45 minutos. Tanto que o Uruguai, sem alternativas, começou a apostar nos lançamentos longos da defesa para o ataque. Era uma maneira de fazer a bola não passar pelos meias que a seleção do maestro Tabárez não tinha.
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A França tocava melhor, os sul-americanos lutavam em campo, como que para justificar a opinião do técnico argentino Carlos Bianchi, de que a seleção uruguaia não tem “dois testículos, tem quatro”.
É uma análise que quase esbarra no chavão do que se esperava da partida. Mas os chavões são assim porque contêm certas verdades.
Bentancur apertava a marcação sobre Mbappé. Pogba encontrava liberdade para armar o jogo francês. Duas vezes ele se irritou com Griezmann porque fez lançamentos para o atacante no espaço vazio e este não entendeu. Não correu para receber o passe.
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Apesar de conseguir rondar mais a área, a França não criou grandes chances para marcar. A estratégia de fazer a ligação direta para o ataque, empregada pelo Uruguai, não foi 100% equivocada porque os sul-americanos conseguiam ficar com os rebotes, depois de Suárez ou Stuani brigarem pelo alto com os zagueiros rivais.
Estava tudo bem para eles, desde que a defesa segurasse os franceses. Deu certo por 39 minutos. Até que Varane subiu mais que os uruguaios em cobrança de falta de Griezmann para fazer o primeiro gol.
Com um time experiente, os uruguaios não se desesperaram e tentaram sair para o jogo, mas sem desguarnecer a defesa. Poderia ter empatado, se Lloris não tivesse feito a defesa mais bonita do Mundial até agora em cabeçada de Cáceres aos 43 minutos. O rebote sobrou para Godín na pequena área, mas o zagueiro chutou por cima.
Os sul-americanos voltaram mais acesos no segundo tempo, adiantaram a marcação e tentaram pressionar. As jogadas pelas laterais aconteceram em sucessão, mas as bolas cruzaram a área sem encontrar nenhum atacante. O principal problema da equipe de Oscar Tabarez era que Stuani e, especialmente, Suárez, recebiam a bola sempre de costas para o gol, em situações que não conseguiam levar perigo.
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Com paciência, a França esperou o momento de contra-atacar. Recuou as linhas de marcação, deixou Griezmann no meio-campo e Mbappé mais adiantado. Poucas vezes eles receberam em condições de partir para cima da marcação.
Como é de sua personalidade, o técnico francês Didier Deschamps começou a considerar a possibilidade de administrar o placar. Tabárez arriscou porque não havia mais o que fazer. Trocou atacantes (Stuani por Maxi Gómez), meia por atacante (Nádez por Urretaviscaya) e volante por meia (Bentancur por Cristian Rodríguez).
Todos os planos que o treinador tinha para mudar a história do confronto se esvaíram por entre os dedos de Muslera no chute de Griezmann. Nos 30 minutos finais, a partida entrou em compasso de espera. A França já não tinha nenhum interesse de ir para a frente, sabedora de que o Uruguai teria de atacar com cada vez mais desespero. Mas os sul-americanos não tinham força ofensiva para tal.
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