A quinta-feira, 10, que era para ser tranquila no Grêmio, com a vitória sobre o Godoy Cruz e a classificação às quartas de final da Libertadores na véspera, foi agitada pelo anúncio da demissão do coordenador técnico Valdir Espinosa. Homem de confiança de Renato Gaúcho, o dirigente veio a público no CT Luiz Carvalho e revelou ter sido dispensado pelo clube.
Considerado um ídolo do Grêmio por ter comandado o time gaúcho aos títulos da Libertadores e do Mundial de 1983, Espinosa não escondeu a decepção com a diretoria. Ele admitiu desavenças com a alta cúpula tricolor, mas tratou esta quinta como “o dia mais triste da minha vida”.
“Hoje é o dia mais triste da minha vida, pois me mandaram embora do Grêmio. Tivemos algumas desavenças e espero, da parte da direção, que seja dita verdade”, declarou. “Com o Grêmio, não fica nenhuma decepção. Mas com a direção, exceto o presidente, decepção total. Não sei se é ‘trairagem’ ou burrice. Mas mandar uma pessoa com minha experiência e minha rodagem embora é uma coisa ou outra.”
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Emocionado, Espinosa não escondeu a insatisfação com o tratamento que lhe foi dado pela diretoria. Com exceção do presidente Romildo Bolzan, a quem teceu elogios, o dirigente reclamou do comportamento dos outros cartolas do clube e disse que foi deixado de lado nos últimos meses.
“Isso não é de agora, eu me sentia de lado. Qual é a função de alguém como eu, ex-treinador? Não é dar opinião sobre as coisas, as contratações? Mas eu não era chamado para nada. Havia viagem que eu não era sequer informado se iria ou não. Era colocado para ver os jogos, mas não era consultado para qualquer coisa. Foi uma série de fatores”, afirmou.
Espinosa também isentou o técnico Renato Gaúcho, que foi seu jogador em 1983 e com quem chegou junto ao Grêmio no ano passado, e garantiu que o treinador sequer sabia da demissão. O dirigente ainda mandou um recado à torcida e garantiu que sua saída não deve abalar o ótimo momento da equipe, que segue na briga pelos títulos do Campeonato Brasileiro, da Copa do Brasil e da Libertadores.
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“Eu sei que a torcida vai sentir uma dor, mas não pode deixar a dor dominar. Não é porque botaram para a rua o campeão da primeira Libertadores e o campeão do Mundial que têm que abaixar as forças. E isso eu disse para os jogadores também. A minha tristeza hoje será a minha alegria amanhã. Se as lágrimas hoje são de tristeza, amanhã serão de alegria. Porque o Grêmio será tri da Libertadores e bi mundial”, comentou.