As instituições privadas de ensino superior registraram, em média, queda de 30% no número de novas matrículas, no segundo semestre de 2015. A informação foi publicada pelo jornal Valor Econômico, nesta quarta-feira, 30. A redução no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e a crise econômica são apontadas como os grandes fatores por trás dessa retração.
Segundo o diretor-executivo do Sindicato das Entidades Mantenedoras de Ensino Superior (Semespe), Rodrigo Capelato, o financiamento estudantil foi diminuído em mais de 50%, no ano de 2015. “Para se ter uma ideia, no ano passado foram 731 mil novos contratos do Fies e este ano foram 311 mil novos. Foi mais da metade de queda. Além disso, temos a questão econômica”, explica Capelato.
“Pesa muito mais no orçamento dessas pessoas e a questão de fazer o ensino superior é um sonho mas não é uma coisa tão urgente para elas. Ele vai postergando e às vezes mesmo desiste de fazer o ensino superior”, acrescenta. “A expectativa nossa é de que no começo do ano que vem também o desempenho vai ser bastante preocupante. Vai haver uma queda de captação também na faixa de 30% no mínimo”, projeta Capelato.
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IMPACTO
De acordo com o Semesp, o percentual de alunos em instituições privadas que utilizam o Fies deve cair de 30% para até 27%, após a redução no número de alunos que ingressaram este ano, por meio do programa. No ano passado, 38% das novas matrículas na rede privada eram de alunos que recorreram ao Fies, segundo a entidade. Em 2015, este percentual caiu para 19%.
Entre as saídas apontadas por Capelato para evitar prejuízos ainda maiores à rede privada estão: a educação à distância, os cursos tecnólogos e novas formas de crédito estudantil. “As instituições vão precisar achar mecanismos de se capitalizar para poder gerar um crédito educativo, não é financiamento. Você paga 50% agora e 50% depois de formado, por exemplo”, defende.
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