A presidente Dilma Rousseff admitiu ao jornal alemão “Handelsblatt” que o Brasil vive uma crise econômica grave e disse que a recessão no país ainda deve persistir por até 12 meses. Apontando a desaceleração da economia chinesa como um dos responsáveis pelo problema, Dilma disse que o caminho será difícil e que “ninguém passará (pela crise) sem fazer mudanças dolorosas”. “O processo de queda do preço das commodities, com os ajustes na China, ainda impactarão a economia mundial por um tempo”, afirmou.
Para lidar com a questão, Dilma defendeu um aumento nos investimentos – para que o país não dependa mais tanto das commodities – e o controle da inflação. Durante a entrevista, publicada nesta quinta, 20, a presidente admitiu que não cumpriu as promessas que fez em sua campanha em 2014. E pediu mais tempo. “Em nove meses desde as eleições, não conseguimos implementar o que prometemos para o segundo mandato. Eu digo, dê-nos mais tempo para que possamos satisfazer as expectativas”, afirmou.
Sobre os escândalos da Lava Jato, Dilma defendeu que os conselhos das empresas adotem regras anti-corrupção, mas frisou que não se pode “estigmatizar companhias inteiras”. “Não queremos criminalizar empresas nem puni-las coletivamente. Nosso modelo é os Estados Unidos: os responsáveis são punidos e as empresas continuam.”
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Igualdade de gênero
A presidente também pediu cotas para mulheres na política e no mundo empresarial, medida que a Alemanha começará a adotar em 2016, segundo o “Handelsblatt”. “Eu olho nas mesas e quase sempre só há homens à minha volta. É urgentemente necessário que mulheres tenham acesso ao topo das empresas e da política por meio de uma cota. É muito difícil implementar a igualdade de outra forma”, afirmou.
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