Pesquisa Indicador de Letramento Científico (ILC), divulgada nesta quinta-feira, 6, pelo Instituto Abramundo, revelou que a maior parte dos brasileiros sabe pouco sobre ciências. De acordo com o resultado da consulta, 79% têm conhecimentos científicos básicos, mas não são capazes de usá-los para entender plenamente a realidade que os cerca. O teste envolveu questões com situações cotidianas, como ler e interpretar uma bula de remédio, entender a importância de um pneu de carro não estar careca e conseguir explicar o efeitos do uso de antibióticos.
Os resultados finais do ILC foram apresentados na Reunião Ordinária Itinerante do Conselho Nacional de Educação (CNE). O ILC avaliou 2.002 pessoas de 15 a 40 anos, com, no mínimo, quatro anos de estudos. Elas responderam a 36 itens, entre fáceis e difíceis, sobre a aplicação da ciência no dia a dia e em situações mais complexas.
Para o presidente do Instituto Abramundo, Ricardo Uzal, o resultado em ciências no Brasil está aquém de outros países, com impactos no desenvolvimento econômico do país e na falta de crescimento por aumento de produtividade.
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Educação básica
Ele indicou também problemas na estrutura educacional, principalmente da educação básica, que tratra ciências de forma marginalizada. “O governo e a iniciativa privada são responsáveis por buscar soluções para a educação em ciências”, acrescentou Uzal.
A partir das respostas, os participantes foram divididos em quatro níveis. No primeiro, o mais baixo, estão 16%. Eles são capazes de localizar apenas informações em textos simples, em situações
cotidianas. No extremo oposto, no nível 4, estão 5% considerados eficientes. Esses têm domínio de conceitos e termos científicos e são capazes de aplicá-los em situações simples e
complexas.
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A maior parte dos participantes está no segundo nível (48%) e no terceiro (31%), considerados, respectivamente, letramento rudimentar e letramento científico básico.
Os participantes têm desde o 5º ano do ensino fundamental até o superior completo. Os resultados mostram que há deficiências também entre aqueles com nível educacional mais alto, que correspondem a 23% da amostra. Entre esses, 11% atingiram o nível mais alto de letramento, 48% estão no nível 3, 37% no 2 e, 4% no nível mais baixo.
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