Diante da deterioração do mercado de trabalho, o governo voltou a elevar a projeção para o deficit da Previdência este ano.
A nova estimativa aponta para um buraco de R$ 88,9 bilhões nas contas – um aumento de 57% em relação ao ano passado, bem acima da inflação. Como proporção do PIB, o deficit corresponde a 1,5%, o maior em oito anos. Em maio, o governo previa que o rombo seria de R$ 72,8 bilhões, ou 1,2% do PIB.
A nova estimativa foi explicitada no relatório de programação orçamentária divulgado nesta quarta-feira, 22. As receitas previdenciárias têm sido afetadas pelo encolhimento do emprego formal, em meio à retração da atividade econômica. No primeiro semestre do ano, foram fechadas 345,4 mil vagas com carteira assinada em todo o país.
O governo reduziu em R$ 14,7 bilhões sua estimativa de arrecadação anunciada em maio, que passou agora para R$ 350 bilhões. Para conter as despesas previdenciárias, o governo propôs endurecer as regras de acesso aos benefícios, mas as mudanças foram alteradas no Congresso, reduzindo a economia potencial para os cofres públicos.
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No mês passado, também foi editada uma medida provisória alterando a fórmula para as aposentadorias por tempo de serviço. A nova regra, que ainda precisará ser confirmada pelo Congresso, garantirá uma economia de R$ 12,2 bilhões até o final do segundo mandato de Dilma, segundo cálculos do governo.