Soldados do Níger e do Chade que libertaram a cidade de Damasak, no nordeste da Nigéria, da milícia islâmica Boko Haram descobriram os corpos de pelo menos 70 pessoas aparentemente assassinadas pelos radicais. Os cadáveres -parcialmente mumificados pelo ar seco do deserto – estavam embaixo de uma ponte de concreto numa das principais estradas que saem da cidade.
Muitos tinham a garganta cortada, e um deles estava com a cabeça completamente separada do corpo. Militares do Chade disseram haver ao menos cem corpos em torno do leito seco do rio; uma testemunha relatou à agência Reuters ter contado 70.
Em seis anos de insurgência contra o governo, o Boko Haram, cujo objetivo é estabelecer um califado islâmico no nordeste nigeriano, já matou milhares de pessoas. Capturada pela milícia islâmica em novembro, Damasak foi retomada pelas tropas dos países vizinhos da Nigéria no sábado, 14, como parte do esforço multinacional para combater os rebeldes.
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Só 50 dos habitantes da cidade permaneciam no local no dia da retomada -na maioria, pessoas muito velhas ou doentes demais para sair de casa. Todas as demais fugiram. A testemunha ouvida pela Reuters relatou forte cheiro de decomposição em muitas regiões de Damasak.
A ofensiva contra o Boko Haram ocorre enquanto a Nigéria se prepara para as eleições presidenciais do dia 28 de março. O atual presidente, o cristão Goodluck Jonathan, que disputa a reeleição, é acusado de não fazer o suficiente contra os rebeldes.
Estima-se que, no início deste ano, a milícia controlasse no país um território do tamanho da Bélgica. O Exército nigeriano disse na terça-feira, 17 ter expulsado, com a ajuda dos aliados, os insurgentes de 17 dos 20 distritos que eles ocupavam no nordeste.
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