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Análise

Os porquês da pobreza no Centro Serra

A região Centro Serra do Rio Grande do Sul, que conta com 13 municípios, é uma das mais pobres do Estado. Disso todos sabem. O que se ignora, porém, são as razões pelas quais o Centro gaúcho concentra tantas problemáticas. O jornal Gazeta da Serra fez uma avaliação, com base na Análise Socioeconômica realizada pela Associação dos Municípios do Centro Serra (Amcserra) no ano de 2011. Não há atualização estatística dos índices por parte da entidade, porém os resultados apurados à época seguem assustando as prefeituras e a comunidade. Com pouco mais de 80 mil habitantes, o Centro Serra tem no interior sua população mais representativa, mas a diferença, agora, é bem pequena. A magnitude da pobreza da região pode ser medida pela representação nas exportações: 0,001% do que todo o Rio Grande do Sul manda para fora do Estado.

Independente da forma como a situação socioeconômica for demonstrada, com indicadores definidos especialmente para este fim ou com indicadores de instituições Estaduais, a situação das cidades é preocupante e exige uma intervenção forte e decisiva para reverter o quadro do desenvolvimento. Como citado no “Diagnóstico Rumos 2015”, “esta situação arrasta-se ao longo dos anos e já não basta a ação das lideranças municipais. É necessário que se façam investimentos volumosos e consistentes para reverter o quadro de desigualdades instalado na região. É preciso dinamizar a economia. Atrair investimentos e incentivar os desenvolvimentos endógeno e exógeno que possibilitem à  população vislumbrar melhores condições de vida. O público opinou sobre as necessidades que percebem na região e fizemos uma lista de prioridades que poderiam levar ao crescimento.

 

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Acessos Asfálticos

A novela das cidades de Lagoa Bonita do Sul, Lagoão e Tunas para terem o básico: acesso asfáltico, está longe de um final feliz. Ao longo dos últimos 10 anos nenhuma promessa foi cumprida e os moradores sofrem com essa problemática. Não é preciso dizer que empresas grandes que poderiam se instalar aqui, gerando mais empregos e renda, escolhem outras cidades. Quem perde com isso são os municípios e a região Centro Serra. Além da poeira, destruição de carros e afins, a falta de acesso traz consequências sérias para todas as áreas que poderiam ser melhor desenvolvidas, como o Turismo. A ERS-400, principal via de escoamento da produção, está cada vez mais esburacada, gerando transtorno aos motoristas.

 

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Telefonia móvel e internet

Esses são outros problemas graves que ocorrem diariamente no Centro Serra. A precariedade do sinal de celular, independente das operadoras, é evidenciada em cidades com áreas rurais mais amplas, mas isso ocorre também nas áreas urbanas com frequência cada vez maior. Diversos pedidos foram feitos para as empresas responsáveis para que se resolva definitivamente a precariedade dos serviços oferecidos. O mesmo ocorre com a internet, que sofre quedas constantes, além dos gastos com manutenção e sinal muito abaixo do preço contratado e pago.

 

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Energia elétrica

A topografia da região é extremamente montanhosa, com áreas de difícil acesso e muita vegetação nativa. Os constantes problemas relacionados à falta de qualidade no serviço oferecido pela empresa AES Sul já motivaram abaixo-assinados, reclamações, protestos e muita dor de cabeça. Apesar da construção da subestação em Sobradinho, a qualidade e confiabilidade do serviço ainda são assuntos a serem debatidos, sobretudo em virtude da necessidade de ampliação/implantação de novos Distritos Industriais.

 

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Rivalidade entre municípios

A Amcserra foi criada justamente para unir os municípios. No entanto, pela falta de articulação política, a entidade não exerce um controle efetivo sobre as atividades isoladas de cidades que, literalmente, brigam entre si. Um bom exemplo emblemático para ilustrar a afirmação foi a “briga” pela Escola Agrícola Federal que, via de regra, seria instalado em algum município do Centro Serra. Como não houve acordo, ninguém levou. Isso sem contar os outros “problemas” de relacionamento entre alguns dos entes do território.

A força política, ao que consta, ainda é muito pequena na região. Pouquíssimos são os deputados que delegam atenção para esta área.

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Algumas mentalidades pequenas

Olhar o êxito dos negócios dos outros e invejar não é pecado.  Pecado é trabalhar contra o outro, mostrando que é preciso pisar em alguém para se conseguir o que deseja. Ter algumas mentalidades pequenas é marca da região. Isso não é novidade. O problema é que às vezes são essas mesmas cabeças que Administram e Fiscalizam as cidades. 

 

Pouca qualificação em mão de obra

Há muitos empresários que desejariam instalar fábricas, dos mais diferentes segmentos, em municípios da região. Não o fazem porque,  além dos outros problemas na infraestrutura, não possuem mão de obra qualificada para o trabalho, sobretudo serviços. O Pronatec, que já formou muitos, é uma opção para melhorar neste quesito. Sobradinho e Arroio do Tigre, por exemplo, têm Universidades Públicas e Federais para formação em terceiro grau e especializações. Ou seja, há alternativas para todos.

 

Baixos investimentos em Turismo e Educação Ambiental

Quando a estação é propícia, a entrada de Passa Sete, com seu microclima diferenciado, mostra a beleza das hortênsias, quase uma réplica de cidades da Serra Gaúcha, tão aclamadas pelo Turismo.  Muitos que aportam à região dizem isso. Os governantes, porém, ainda não se deram conta; Será que acham que Gramado e Canela começaram lá no topo como estão?  É preciso inserir a ideia turística, que já tem muitos defensores, na cabeça das novas gerações, sobretudo no que se refere à Educação Ambiental. Os investimentos em Turismo e Educação Ambiental são mínimos, o que nos deixa ainda mais pobres.

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