A ex-gerente da Petrobras Venina Velosa da Fonseca, que acusou a atual diretoria da estatal de ter conhecimento de desvios e superfaturamentos em obras da empresa, foi dispensada de prestar novos depoimentos nas ações penais da Lava Jato. A dispensa foi solicitada pelo próprio Ministério Público Federal, que considerou que ela “pouco esclareceu sobre os fatos apurados”, de acordo com uma petição enviada à Justiça na noite de terça-feira, 3. À tarde, Venina estivera na Justiça Federal do Paraná para servir de testemunha na ação que apura desvios envolvendo a empreiteira Engevix. Ela também havia sido convocada para outras quatro audiências, relativas a outras empresas.

Diante do depoimento de ontem, porém, em que a ex-gerente falou sobre indícios de superfaturamento na refinaria Abreu e Lima e os processos de contratação na Petrobras, a Procuradoria decidiu dispensá-la de todas as futuras audiências. As falas da ex-gerente eram aguardadas com expectativa. Advogados que acompanharam a oitiva desta terça, porém, disseram que seu depoimento foi “mais técnico”, “vago” e até “genérico”. “Ela falou menos hoje do que falou para a Glória Maria (jornalista da Rede Globo, que entrevistou a ex-gerente em dezembro)”, afirmou o advogado Haroldo Nater, que defende o doleiro Leonardo Meirelles.

O Ministério Público Federal informou que a ex-gerente havia sido convocada em um momento em que não se sabia exatamente qual seria sua contribuição. Após o depoimento desta terça, foi concluído que as informações que ela tem “não tem estrita relação com as denúncias já oferecidas”. Os procuradores ainda não definiram se convocarão uma testemunha substituta para as próximas audiências.