Os casos de dengue aumentam a cada dia em Santa Cruz do Sul. Os registros chegaram a 678 na tarde dessa segunda-feira, 26. O momento é de preocupação em relação ao combate aos focos do mosquito Aedes aegypti. Duas pessoas morreram, a última delas uma mulher de 84 anos do Bairro Senai, no dia 15.
Moradores do Corredor Uhlmann, no Centro, fazem observações em relação a possíveis focos na área de mata do 7º Batalhão de Infantaria Blindado (7º BIB). A contabilista Ana Paula Winder foi contaminada, assim como a mãe, Eloni Maria Winder. “A rua é pequena e já tem 15 casos. O curioso é que todos os que ficaram doentes moram do mesmo lado, que faz divisa com o quartel”, comentou.
Uma moradora que preferiu não se identificar afirmou que o veículo do fumacê não chegou a entrar na rua, talvez por ser estreita e sem saída. “Esperamos uma providência. Deixamos a casa fechada e passamos repelente sempre. Fico com medo de pegar novamente. Passei dias difíceis da primeira vez”, complementou Ana.
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A diretora de Ações Especializadas da Secretaria de Saúde, Caren Picasso, esclareceu que o 7º BIB foi o primeiro local a fazer limpeza por ter sido a área com registro do primeiro foco no Centro. O veículo do fumacê passou na unidade militar e nas ruas próximas, conforme a Vigilância Sanitária.
No Bairro Santa Vitória, outra moradora que preferiu não ser identificada alegou que um médico teria dito que a Vigilância iria na residência do paciente para fazer o exame. “O Hospitalzinho está lotado com gente suspeita de ter dengue. Não passou fumacê aqui. Nosso bairro não está tendo o mesmo olhar que outros. Estou com febre e dores no corpo. É falta de atenção ou de interesse”, reclamou.
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Caren esclarece que a Vigilância não agenda exames para as pessoas suspeitas em casa. A melhor forma é entrar em contato com o telefone 3715 1546. “As pessoas podem nos falar quais os serviços de saúde que informam sobre testes da Vigilância. Isso não acontece, é inverídico”, alertou.
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Ida ao médico é essencial
Em entrevista à Rádio Gazeta, Caren Picasso explicou que novos agentes de endemias estão sendo contratados. Para ela, o principal fator para redução nos casos é a conscientização da população. “As questões climáticas contribuíram. A cada dez cidades do Estado, oito apresentam casos. Mas é importante que cada um mantenha o pátio limpo e evite pontos de água parada, ideais para criadouros do mosquito”, disse.
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Com os hospitais sobrecarregados pelas internações por Covid-19, o aumento no número de pacientes com dengue preocupa. “Por isso, o ideal é que a pessoa procure auxílio médico o mais rápido possível quando sentir algum dos sintomas característicos. O diagnóstico tardio pode resultar em casos mais graves”, alertou.
Os sintomas mais comuns são febre, dores no corpo, dores no fundo dos olhos e manchas na pele. O quadro de desidratação evolui rápido e exige aplicação de soro. Adaptado ao frio, a chegada do inverno não significa o desaparecimento do Aedes aegypti.
Outro detalhe é a necessidade de uso constante de repelente por quem está com suspeita ou confirmação de dengue. Caso a pessoa com o vírus seja picada, o mosquito poderá picar outra pessoa e transmitir a dengue. “Por isso, existem casos de vizinhos que acabam contaminados. A pessoa deve fazer o tratamento e manter o uso de repelente”, alertou Caren.
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