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ECONOMIA

Nova realidade: como o setor fumageiro se adaptou à pandemia

Foto: Rafaelly Machado

Além de todos os equipamentos de proteção individual (EPIs) exigidos, os trabalhadores da linha de produção utilizam máscaras e mantêm o distanciamento entre si

Um dos setores mais importantes da economia de Santa Cruz do Sul, a indústria fumageira nunca chegou a interromper suas atividades em função da pandemia, mas teve de transformar drasticamente a rotina de trabalho para adaptar-se aos protocolos de distanciamento e higiene exigidos pelo Poder Público. A Gazeta do Sul conversou com quatro das principais empresas do ramo e foi conhecer uma das usinas de processamento de tabaco para ver de perto como essas mudanças funcionam na prática.

Na fábrica da Japan Tobacco International (JTI), a visita foi conduzida pelo gerente de Meio Ambiente, Saúde e Segurança, Coretti La Cava; pelo gerente de Engenharia, Instalações e Serviços, Marco Aurélio Dreyer Andrade Silva; e pela analista de Comunicação, Débora da Silveira. Logo na entrada, uma breve consulta com uma enfermeira, com aferição de temperatura e questões acerca dos sintomas da Covid-19, foi necessária para que o ingresso na unidade fosse permitido.

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A primeira impressão não tardou a chegar: a quantidade reduzida de trabalhadores para a tarde de um dia útil. Conforme Silva, diminuir o número de pessoas que circulam pela unidade foi uma das medidas adotadas pela JTI para controlar a disseminação da Covid-19, de forma que permaneceram trabalhando presencialmente apenas os funcionários cuja função exige. Todos os demais estão cumprindo suas jornadas a partir de casa desde o início da pandemia, o chamado home office.

Além disso, outras medidas foram empregadas, como a substituição dos bebedouros por bombonas com copos; marcação de ponto não mais por biometria e sim por meio do crachá; a demarcação dos bancos para respeitar o distanciamento e a ampliação da frota de ônibus que transporta os safreiros, obedecendo à lotação máxima de 50% da capacidade. Nos vestiários, cada funcionário recebeu um armário individual, para que não haja mistura de pertences.

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Um dos responsáveis pela implantação, Silva destaca a eficiência das medidas adotadas | Foto: Rafaelly Machado

A higienização dos ambientes e dos objetos de uso comum também foi reforçada, inclusive com a contratação de novas pessoas. “De forma geral, acontece duas vezes por período. Isso dá um intervalo em torno de três horas para cada ambiente”, explica La Cava.

A comunicação interna foi intensificada com campanhas que incentivam a prevenção, o que pode ser percebido em placas espalhadas pela unidade, cartazes presentes nos murais e vídeos que são transmitidos nas televisões. No refeitório, os horários das refeições foram ampliados para evitar aglomerações e as mesas receberam divisórias de acrílico, oferecendo proteção aos usuários. Todas essas medidas vêm sendo cumpridas e constantemente revisadas, garantindo que a disseminação do vírus não ocorra nas dependências da empresa.

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La Cava: novos colaboradores foram contratados para garantir a higienização total | Foto: Rafaelly Machado

Gestores destacam capacidade de reorganização

As mesmas medidas vistas na fábrica da JTI são destacadas pelos gestores da BAT Brasil (antiga Souza Cruz), Phillip Morris Brasil e Universal Leaf, que salientam ainda a preocupação com o bem-estar dos trabalhadores em tempos de pandemia. Além dos que atuam presencialmente, os que estão em home office são contemplados com aulas de yoga e ginástica laboral e palestras com conteúdos sobre segurança em casa. Programas institucionais que oferecem atendimento com profissionais de diversas áreas também foram criados.

Juntamente com as ações preventivas, as indústrias reforçaram as equipes de saúde, com a contratação de novos médicos e enfermeiros para realizar testagem interna e acompanhamento dos eventuais casos positivos de coronavírus. Qualquer pessoa que apresente sintomas compatíveis com a doença é imediatamente afastada de suas atividades presenciais, com o objetivo de evitar uma possível disseminação e garantir a segurança de todos.

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Apesar das notórias desvantagens que chegaram junto com as restrições impostas, as mudanças também trouxeram pontos favoráveis. “O que temos de positivo foi a capacidade de reorganização e a rápida adequação percebida nos colaboradores”, comenta o presidente da Universal Leaf, César Augusto Bünecker. Ele acredita que os esforços da empresa para conter o avanço da Covid-19 estão sendo suficientes para manter a produção e garantir os 2 mil empregos gerados durante o processamento da safra.

Já o gerente de Meio Ambiente, Saúde e Segurança da BAT Brasil, Daniel Tomazella, ressalta a colaboração das equipes. “Dentro das unidades fabris observa-se uma forte adesão aos protocolos e medidas implementadas para manter o ambiente seguro, o que foi ratificado pela assessoria especializada do hospital Sírio-Libanês nas auditorias presenciais realizadas”, afirma. Tomazella classifica o momento como “delicado e sem precedentes”, porém a empresa confia nas medidas de segurança e segue atenta à evolução da pandemia.

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