Talvez o neologismo seja pouco conhecido, mas o seu significado a maioria certamente já percebeu a sua existência ou até a viveu. “Dezembrite” é a síndrome de final de ano. Como descreve o site Jetss, “no último mês do ano, as pessoas estão cheias de coisas para fazer: programar as festas do Natal e do Ano Novo; comprar presentes; encarar lojas, shoppings, supermercados, calçadas e ruas lotadas; participar de festinhas de confraternização; finalizar as pendências no trabalho, fazer planejamento para o ano que vem.
Com diversas coisas para se preocupar e pouco tempo, o estresse, a ansiedade e a irritabilidade provocados pelo corre-corre podem influenciar na saúde, tanto física quanto mental. A pressão para terminar tudo até o fim do ano pode piorar as doenças crônicas, como problemas no coração, cérebro e estômago, e insônia. Uma pesquisa feita pela Isma-BR (International Stress Management Association Brasil) revelou que o nível de estresse do brasileiro aumenta em média 75%, em dezembro. Esta é a época da “dezembrite” que, embora não seja uma doença, prejudica a saúde ou piora problemas já existentes.
Além do cansaço físico, há a fadiga mental. Existe a pressão de que o final do ano deve ser o encerramento de um ciclo para o início de outro, e a sensação de ter pendências e resoluções não realizadas pode colocar para baixo nossa moral, levando a sentimentos depressivos, angústia e tristeza. O cérebro entra em parafuso com tanta demanda e expectativa geradas nesta fase, o que se reflete no sono. A angústia gerada pelo excesso de expectativa também pode ser extremamente nociva ao coração. Não à toa, nesta época aumentam as ocorrências de problemas cardíacos em hospitais.”
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Antes de mais nada, então, é recomendável organizar uma relação por escrito de compromissos para cada dia e dar atenção especial a quatro grupos principais de atividades e gastos:
1º) os jantares de família e com amigos: planejar e organizar não só da lista de convidados, comidas, bebidas, local, etc., mas, principalmente, as finanças; sim, porque facilmente esses eventos podem comprometer o bolso; se for o caso, não ter vergonha de pedir o auxílio de parentes e amigos participantes da festa, solicitando que tragam algum prato e bebida ou participem do rateio dos custos;
2º) os presentes de Natal: é fundamental pensar nos presentes com antecedência – a quem presentear, qual o valor-limite de cada presente, pesquisar preços e evitar compras por impulso; Reinaldo Domingos, criador da DSOP Educação Financeiro, além de autor de livros, palestrante e pós doctor em educação financeira, sugere realizar, nas famílias, o amigo secreto “inteligente”. Em vez de cada um comprar presentes para todos – esposa, filhos, pais, sogros, tios, sobrinhos, etc -, o que pode sobrecarregar financeiramente apenas o provedor da família, cria-se o amigo secreto, estabelecendo um valor do presente; assim, na noite de Natal, após a ceia, com a família reunida, feliz, num ambiente gostoso de confraternização, realiza-se a revelação dos amigos secretos;
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3º) as despesas de férias: mesmo para quem fica em casa, o período de férias sempre leva a gastar além do habitual, nem que seja com alguns chopes ou sorvetes a mais; já quem pretende viajar e ainda não se organizou para tal, terá mais dificuldades; apesar disso, ainda é possível economizar, pesquisando preços de hotéis, transporte, etc. em sites especializados, em que é possível achar alguma oferta de última hora, principalmente em locais menos badalados;
4º) dívidas acumuladas: mesmo com 63 milhões de brasileiros endividados, muitos deles inadimplentes, quer dizer, com dívidas vencidas, muitos brasileiros não perdem o sono por isso; mas, embora as verbas extras de fim de ano, principalmente o 13º salário, tenham sido instituídas para presentear seus beneficiários, quem tem dívidas vencidas deve usá-las para acertar suas contas; afinal, não tem graça querer passar um Natal feliz com dívidas.
Reunir familiares e amigos em volta de mesas repletas de comidas e bebidas variadas é o cenário das festas de fim de ano. Entretanto, mesmo nesses momentos, é preciso ter alguns cuidados para não comprometer dietas e exercícios físicos realizados durante o ano. Ou evitar indisposição no dia seguinte.
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A nutricionista Regina Stikan Carrijo, coordenadora de Nutrição do Hospital Santa Catarina, de São Paulo, listou recomendações para aproveitar as festas sem comprometer a saúde: 1ª) moderação no consumo de comidas e bebidas; 2ª) escolher pratos balanceados; 3ª) ficar longe de alimentos gordurosos, muito condimentados ou com açúcares; 4ª) manter a realização de atividades físicas, também nessa época, que auxiliam na queima de excessos.
Outro item que merece especial atenção, principalmente neste tempo de muitas despesas, é o cartão de crédito. É muito comum usuários – e especialistas também – atribuírem ao cartão de crédito a responsabilidade pelo endividamento e até inadimplência de consumidores. No entanto, a decisão de comprar com o cartão de crédito é do consumidor e, portanto, ele é responsável por eventuais problemas. Neste particular, Ricardo Pereira, sócio-proprietário do site Dinheirama, separou algumas dicas: 1ª) definir limites pessoais para cada grupo de gasto; 2ª) respeitar as datas de vencimento do cartão; 3ª) cuidar com o parcelamento de compras: vários parcelamentos podem somar um valor expressivo; 4ª) não emprestar seu cartão de crédito para ninguém.
Por fim, lembrar-se de que o Natal, motivo de compras e gastos, também pode ser de poupar para o futuro. A falta de planejamento faz com que muitas pessoas passem do limite financeiro e acumulem dívidas. Quando se fala do 13º salário, por exemplo, não se pode desperdiçar a oportunidade de guardar pelo menos uma parte desse dinheiro. Por mais cuidadosa que a pessoa seja, sempre aparecem gastos inesperados e quem não tem uma reserva fica no aperto quando isso acontece, comprometendo o orçamento pessoal ou familiar. Por isso, aproveitando a ideia do comercial de um grande banco, “o que você pode fazer por você mesmo, neste tempo de Natal?”
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Abençoado e Feliz Natal!