Não conheço clube que tenha se planejado com tanta antecedência e competência para ser rebaixado como o Internacional neste ano. A sucessão de equívocos e absurdos cometidos foi tamanha que não tinha como dar errado. Cair para a Série B era só uma questão de tempo. Era esperar as rodadas do Brasileirão irem passando e, no final do ano, buscar os louros do trabalho efetuado com afinco e dedicação. O Inter colheu o que plantou como poucos.
Arrogância
Durante anos, os cartolas colorados agiram como torcedores e muito pouco como dirigentes. A frase “time grande não cai” foi feita sob medida para atingir o Grêmio, mesmo que mais de uma dezena de clubes grandes já tenham caído. É o tipo da “zueira” que fica bem para brincadeira entre torcedores. Para dirigentes, soa a arrogância e prepotência. Time grande, realmente, não cai, independente do tamanho do clube, mas clube grande cai quando o time é pequeno.
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Torcida
Jamais vi uma torcida tão grande em todo o País pelo rebaixamento de um clube como neste ano com o Inter. Além da prepotência e arrogância citadas no tópico anterior, teve a desastrada entrevista de Fernando Carvalho no auge da comoção pela tragédia da Chapecoense. Em seguida, houve a triste manifestação dos jogadores ao pedirem o cancelamento da última rodada, corroborada pelo patético Vitorio Piffero, que ainda disse que, nesse caso, o campeonato ficaria incompleto. Ou seja, sutilmente vislumbrando uma “virada de mesa”. A “secação” era nacional.
Resposta nas urnas
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O torcedor, alma do clube, foi quem fez a sua parte nesse período negro. Ficou sempre ao lado do time, mesmo conhecendo o estado terminal do paciente que ama. Deu a resposta nas urnas, elegendo com 95% dos votos o candidato da oposição, Marcelo Medeiros. Clube grande cai, levanta e se possível, volta mais forte. Essa é a tarefa da nova diretoria colorada. Partir quase do zero, depois da “gestão Piffero” promover quase que uma terra arrasada no futebol colorado.