As estradas estaduais sem postos de pedágio na região apresentam as piores condições do pavimento, da sinalização e da geometria da via de acordo com a avaliação da 20ª edição da Pesquisa CNT de Rodovias. O corredor de exportação formado pela RSC–153 e a RSC–471 apresenta a pior classificação conforme o levantamento divulgado ontem, com os conceitos de ruim e péssimo. A ERS–400 e a RSC–481, que liga Candelária com Cruz Alta, também apresentam a avaliação de péssimo na pesquisa.
Em comparação com o ano passado, houve melhorias no trajeto pedagiado da RSC–287 entre Santa Cruz do Sul e Novo Cabrais, que passou de regular para bom, e no segmento da RSC–471 entre a localidade de Monte Castelo, no interior de Pantano Grande, e o viaduto sobre a BR–392, em Canguçu, que mudou o conceito de péssimo para ruim. Os trechos com melhor classificação nas rodovias da região são o trajeto da BR–290 entre Pantano Grande e Eldorado do Sul, com o conceito de bom, e a RSC–287 entre Santa Cruz e Novo Cabrais, com a mesma nota.
O trecho entre Pantano Grande e a localidade de Monte Castelo da RSC–471 tem a pior classificação, com a nota de péssima. O trajeto tem acostamento estreito e em muitos locais coberto pela vegetação, sinalização deficiente, buracos profundos em diversos pontos e sem qualquer infraestrutura de apoio nas margens. A estrada tem tráfego de veículos pesados que fazem o transporte de calcário extraído das minas para as fábricas de processamento e intenso movimento de caminhões com o escoamento das safras agrícolas do Estado pelo porto de Rio Grande.
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Os problemas com manutenção, precariedade do acostamento, deficiência na sinalização, buracos e desníveis no asfalto também influenciaram no baixo conceito da ERS–400 e da RSC–481 (Candelária a Cruz Alta), e da RSC–153 (Vera Cruz a Soledade). Nesta última, a quantidade e o tamanho dos buracos causam transtornos aos motoristas no trajeto entre Soledade e Barros Cassal há cinco anos. O trajeto pedagiado da RSC–287 entre Santa Cruz do Sul e Tabaí, a BR–471 entre Santa Cruz e Pantano Grande e a BR–290 entre Pantano Grande e Cachoeira do Sul entraram na classificação como regulares.
O que foi avaliado
A coleta da Pesquisa CNT de Rodovias 2016 durou de 4 de julho a 2 de agosto. A extensão analisada foi classificada em cinco categorias (Ótimo, Bom, Regular, Ruim ou Péssimo). A classificação tem como base as seguintes variáveis: pavimento, sinalização, geometria e pontos críticos e a infraestrutura de apoio.
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Daer prevê retomada nas obras da RSC–481 e da RSC–153
O Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) informou que a RSC–481 e a RSC–153 fazem parte de lotes do Programa Restauro que passaram por revisões de projeto, pois transcorreu um período considerável entre a elaboração dos estudos e a contratação das empresas responsáveis pela recuperação dessas rodovias. A autarquia já finalizou essas ações e, no momento, aguarda apenas a aprovação por parte do Banco Mundial (órgão financiador do programa) para que as obras sejam retomadas. Uma das prioridades do novo diretor-geral do Daer, Rogério Uberti, é dar celeridade às revisões de projeto para que todos os lotes do Restauro estejam em execução.
Quanto à RSC–471, o Daer informou que constantemente realiza a conserva rotineira da rodovia com equipes próprias da 3ª Superintendência Regional, de Santa Cruz do Sul, e planeja, para os próximos dias, a renovação da pintura de sinalização do pavimento. Com o objetivo de dar cobertura de manutenção total não só a essa regional, como a todas as 17 superintendências no interior, o Daer está licitando os contratos de conserva rotineira da malha pavimentada e não pavimentada, para que empresas terceirizadas reforcem os serviços de manutenção.
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O diretor-geral do Daer, Rogério Uberti, contesta a classificação recebida por algumas rodovias na pesquisa da CNT. Dentre elas, a ERS–020 e, principalmente, a ERS–640, entre Cacequi e Rosário, considerada a pior do Estado e quinta pior do País. “A estrada está numa condição, no mínimo, boa. Parece que a pesquisa está desatualizada, porque foi feito um investimento pesado naquela obra, num montante de R$ 5,4 milhões da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide). Hoje seria injusto não só com a Secretaria dos Transportes mas também com o Daer colocar essa rodovia numa situação que ela não está.”
Sobre a melhora na qualidade das rodovias entre a pesquisa de 2015 e 2016, Uberti afirma que o estudo é importante. “Ela mostra que o trabalho está sendo executado. Provavelmente, na próxima pesquisa nós teremos um avanço muito grande na qualidade da malha rodoviária estadual”, diz. Ainda conforme o diretor da autarquia, a partir do final deste ano e início do próximo, todas as rodovias sob responsabilidade do Daer e da Secretaria dos Transportes estarão numa condição, no mínimo, boa, em alguns casos até ótima ou excelente. “É um trabalho que vem sendo feito e o resultado, aos poucos, começa a aparecer.”
Conceitos das rodovias
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Estradas Estado geral Pavimento Sinalização Geometria
RSC–287 (Santa Cruz – Candelária) Bom Bom Bom Bom
RSC–287 (Santa Cruz – Venâncio) Regular Regular Regular Regular
RSC–481 (Candelária – Cruz Alta) Ruim Ruim Regular Ruim
RSC–153 (Vera Cruz – Soledade) Ruim Ruim Ruim Péssimo
RSC–471 (Pantano Grande – Canguçu) Ruim Ruim Ruim Péssimo
BR–290 (Eldorado do Sul – Cachoeira do Sul) Regular Bom Regular Regular
BR–471 (Santa Cruz – Pantano Grande) Regular Bom Regular Bom
Licitações
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A assessoria do Daer informou que o órgão está licitando os contratos de conserva que garantirão manutenção constante de todas as rodovias pavimentadas e não pavimentadas de suas 17 superintendências regionais. A autarquia também está reativando o contrato de sinalização de toda a sua malha viária. Segundo o diretor Uberti, os lotes do Programa Restauro estão passando por atualizações de projeto e, logo, obterão o aval do Banco Mundial – órgão financiador – para que sejam retomados. “Os programas Crema já estão dando a resposta”, completa.