Odiado por alguns e amado por outros, o horário de verão começou neste domingo, 16, adiantando nossos relógios em uma hora e gerando velhos debates sobre seus benefícios e transtornos. De um lado, existe a possibilidade de aproveitar a luminosidade do sol por mais tempo. De outro, uma sensação de mal-estar e cansaço. Para encarar de forma proveitosa o período, que se estende até a terceira semana de fevereiro, podem ser tomadas medidas que vão desde os cuidados com a alimentação até rotinas de lazer.

Quem costuma sentir os efeitos da mudança de horário no organismo, como mal-estar, dificuldades para dormir, sonolência diurna e alterações de apetite, pode adiantar gradualmente a hora de ir para a cama. Se não foi possível, a adaptação deve acontecer naturalmente em até sete dias. Segundo o médico Marcos Pontes, os sintomas surgem porque a mudança de horário altera a ordem temporal do nosso corpo, que regula os ritmos de sono e temperatura. “O corpo acaba tendo que gerar uma nova sincronização.”

Os idosos e as crianças, por terem uma necessidade maior de sono, podem sentir mais os efeitos. “Principalmente as crianças que vão para a escola de manhã. Mas isso é uma coisa de hábito, é só manter aquele ritmo que o organismo vai se habituar”, garante Pontes. Uma dica é dormir com a cortina ou a porta aberta, para que a luminosidade natural ajude a despertar mais cedo.

Exposição ao sol com cuidado beneficia a saúde

Entre os benefícios da claridade prolongada, o mestre e coordenador do curso de Educação Física da Unisc, Leandro Burgos, destaca a exposição ao sol. “A captação de luz solar pelo corpo resulta na síntese de vitamina D, que é extremamente eficiente na prevenção da osteoporose, superando, por exemplo, a ingestão de cálcio via medicação”, explica. 

Para aproveitar esses benefícios, Burgos sugere a exposição ao sol durante atividades físicas. Para surtir efeito, é necessário cerca de uma a duas horas de luz solar, antes das 10 horas ou após as 17 horas, de preferência com a pele à mostra, mas sempre com  protetor solar, boné e óculos escuros. Uma solução para quem não tem esse tempo seria a exposição reduzida, de 15 a 30 minutos, entre 10 e 17 horas. No entanto, o período pede cuidados redobrados devido ao alto índice de raios solares nocivos. O educador físico também alerta para o cuidado com o sono, que não deve ser negligenciado em prol da prática de mais atividades.

Mesmo com sol, hora do jantar deve ser mantida

Com a sensação de que o dia está mais longo, as pessoas tendem a adiar o horário do jantar. De acordo com a nutricionista Michele Kudrna, essa prática deve ser evitada. “É muito importante manter as refeições no mesmo horário e não esquecer de fazer os lanches de final de tarde, entre as atividades novas que surgirem”, explica. 

Além desse cuidado, Michele também indica o aumento do consumo de água, para manter a hidratação do corpo. Para aliviar a sensação de fadiga, a dica é ingerir frutas e pequenas porções de oleaginosas, como as castanhas, que têm propriedades capazes de aumentar o ânimo e a disposição. Café, chimarrão e demais substâncias estimulantes devem ser evitadas à noite, pois podem aumentar o risco de insônia.

DICAS PARA DIAS MAIORES

Confraternize

A dica do editor de variedades da Gazeta do Sul, Mauro Ulrich, é prolongar a happy hour, seja tomando um chope pelos bares do Centro ou se refrescando na piscina. Estar com os amigos e a família e aproveitar o clima de confraternização que o calor traz é o mais importante.

Exercite-se

Segundo o mestre e coordenador do curso de Educação Física da Unisc, Leandro Burgos, praticar exercícios à luz do dia aumenta a absorção de vitamina D, alivia o estresse e afasta os males do sedentarismo. A dica é fazer caminhadas pela manhã ou aos finais de tarde, no mínimo três vezes por semana, de preferência em meio à natureza – o Lago Dourado é uma boa pedida. O tempo do exercício vai depender de cada pessoa. Para os idosos, 15 minutos são o suficiente para começar e, para os mais jovens, pode-se exercitar de 30 minutos a uma hora. Protetor solar, óculos escuros e tênis adequados são fundamentais.

Curta os animais

Para o comunicador da Gazeta FM, Rafael Silveira, a melhor parte dos dias mais longos é a oportunidade de dar uma caminhada com os cães de estimação, o vira-lata Bono e a Golden Retriever chamada Cher. “Assim, além de eles se exercitarem, eu aproveito o embalo pra queimar umas calorias também.”

Aprecie a cidade

Pôr do sol no aeroporto, chimarrão em meio ao verde do Parque da Gruta e caminhada pela Avenida do Imigrante são algumas sugestões da turismóloga e professora do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Claudiana Y Castro, para aproveitar as horas a mais de sol. Nos finis de semana, a dica é ir para o interior conhecer as belezas naturais da região, como na Rota Germânica do Rio Pardinho.