Etanol, gasolina aditivada, comum, pódium. Com a variedade de combustíveis disponíveis no mercado hoje, os clientes têm total liberdade para exigir dos postos o chamado teste de qualidade. A afirmação foi feita pelo técnico químico Alessandro do Rego durante treinamento de reciclagem para frentistas, que ocorreu em um estabelecimento do ramo na tarde de ontem, em Santa Cruz do Sul. Conforme o especialista, a partir do momento em que o consumidor se sentir lesado ou descontente com relação às condições do combustível, os postos são obrigados a fazer a verificação.
O procedimento consiste em medir densidade e temperatura. No caso da gasolina, também é verificada a quantidade de álcool presente. “O colaborador deve coletar uma amostra da bomba de gasolina e do tanque e executar a amostra analítica. É obrigação dos frentistas saber executar tal procedimento, já que o órgão De Olho no Combustível, responsável pela fiscalização dos combustíveis em nível nacional pela Petrobras, realizam treinamentos de posto em posto”, esclarece. Conforme o técnico, se depois disso o consumidor continuar insatisfeito, ele tem o direito de exigir uma amostra do produto e encaminhá-la para a empresa química que julgar qualificada para efetuar o teste.
Outra orientação do treinamento esteve relacionada às cores dos combustíveis. De acordo com o técnico, a gasolina aditivada apresenta cor verde; comum, amarela; pódium, cor pastel e o etanol, transparente. “Variações de tom são possíveis, já que, à medida que o combustível fica mais velho, ele tende a se modificar. Se esses produtos apresentarem cor turva ou outras que não as citadas, eles não podem ser vendidos”, esclarece. Rego também ressalta a importância de os motoristas optarem por postos de confiança. “Esse detalhe faz toda a diferença”, reforçou o especialista. Mais informações sobre qualidade dos combustíveis podem ser obtidas por intermédio do site http://www.anp.gov.br.
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Adulteração é a principal fraude
Segundo a ANP, adulteração é a ação de fraudadores que visam mais lucro através da adição ilegal de qualquer substância ao produto. O excesso de etanol anidro – acima da porcentagem definida por lei, entre 18% e 25% – e a adição de solventes são as principais irregularidades achadas na gasolina. Quanto ao etanol, a fraude mais comum é a mistura de etanol anidro (o mesmo misturado à gasolina de cor laranja) com água. Trata-se do “álcool molhado”. Entre as principais consequências dessas fraudes estão resíduos em bicos injetores e válvulas, nas velas de ignição e na câmara de combustão; perda de potência; aumento de consumo e batida de pinos.
Saiba como denunciar
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A Central de Atendimento da Agência Nacional do Petróleo (ANP) disponibiliza o número 0800 970 0267 e o endereço online www.anp.gov.br/faleconosco como ferramentas para reclamações. Para registrar a queixa, a agência solicita informações do posto, como CNPJ, razão social, endereço e distribuidora. Para isso, é importante guardar a nota fiscal. Denúncias também podem ser encaminhadas ao Ministério Público.