Responsável pelo acolhimento de cerca de 40 crianças que estavam em situação de risco ou tiveram seus direitos violados, a direção da Associação Comunitária Pró-Amparo ao Menor (Copame) teme pelo futuro da entidade, que enfrenta graves dificuldades financeiras. O deficit mensal seria, em média, R$ 25 mil, que são resgatados de uma poupança internacional, criada por uma fundação na Holanda. O problema é que o valor ainda em caixa está no fim e somente poderá ajudar a manter a instituição até setembro deste ano. Depois disso, a situação da Copame é uma incógnita.
Embora conte com mais fontes de arrecadação, o principal problema relatado pelo captador de recursos, Derk Lambers, seria o repasse defasado da Prefeitura de Santa Cruz do Sul. Segundo ele, em média, 30 menores são do município, que contribui com R$ 25 mil por mês. A diretoria da Copame já teria procurado a Prefeitura em diversas oportunidades para pedir uma contribuição maior, porém, teria recebido respostas negativas.
O argumento seria a dificuldade financeira do Executivo. “Na semana passada estive com a vice-prefeita Helena Hermany, que alegou que a Prefeitura não poderia aumentar o valor por ser ano eleitoral”, contou Lambers.
De acordo com o presidente da Copame, Mauro Braun, um levantamento realizado em municípios que mantêm abrigos nas mesmas condições apontou que o menor valor pago mensalmente por prefeituras seria de R$ 1.517,00 por criança, enquanto a média do Executivo local seria de R$ 700,00. Ao todo, a Copame recebe R$ 35 mil por mês dos cinco municípios conveniados.
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Em Santa Cruz, a dificuldade financeira ainda teria se agravado com a saída de sete crianças de Candelária, em dezembro do ano passado, que foram transferidas para um abrigo municipal. “Reduziu o valor do recurso, mas não os nossos custos com estrutura e manutenção”, comentou Braun.
A baixa da receita também seria provocada por uma queda mensal do número de associados – que chegaria a dez por mês –, das arrecadações via fundação internacional e dos lucros da padaria da Copame. Segundo o presidente, as doações de alimentos e roupas feitas pela comunidade durante campanhas ajudaram a reduzir alguns gastos, mas o problema maior seria da falta de dinheiro para pagar a folha dos 35
funcionários e a manutenção dos serviços oferecidos às crianças, como atendimento 24 horas e assistência à saúde. Como estão sob os cuidados
da entidade, os menores precisam de acompanhamento integral, inclusive em casos de internações hospitalares, que exigem a contratação de
cuidadoras.
Outro lado
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A secretária de Inclusão, Desenvolvimento Social e Habitação, Ângela Saraiva, reafirmou que a Prefeitura não poderá reajustar a contribuição neste ano. “Já consultamos o setor jurídico do município e o que nos foi informado é que não poderemos aumentar o repasse por ser ano eleitoral, mesmo se houvesse a aprovação da Câmara de Vereadores”, disse. “Estamos estudando aumentar o aporte para o ano que vem”, acrescentou.
Ângela ressaltou ainda haver custos com outras entidades de acolhimento. “Estamos atendendo dentro das possibilidades. A Prefeitura já mantém um abrigo municipal para menores, que gera um gasto oneroso”, comentou, sem revelar a quantia.
OS VALORES
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Média de arrecadação mensal:
R$ 35 mil são repassados por 5 municípios,
R$ 47 mil vêm de doações nacionais e internacionais,
R$ 6 mil é o lucro da padaria da Copame,
R$ 12,5 mil vêm dos associados,
R$ 3,7 mil são oriundos da União e R$ 8 mil vêm do Comdica.
R$ 112,2 mil é o total.
Mas há um deficit mensal de: – R$ 25 mil
Como ajudar
Uma das formas de a comunidade em geral ajudar é associando-se à entidade. No site da Copame (http://www.copame.org.br/Associar/) está disponível um espaço para novos cadastros. É possível ainda contatar a instituição no telefone (51) 3717 9200. Para incrementar a renda, a padaria da Copame também fez uma parceria com os supermercados Miller e Imec, onde pães de forma produzidos na entidade podem ser adquiridos.
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