Os juros futuros zeraram a queda no período da tarde desta terça-feira, 24, e os principais contratos encerraram perto dos ajustes anteriores, com viés de alta no trecho intermediário. Digeridas as medidas fiscais anunciadas pelo Ministério da Fazenda pela manhã, o mercado operou na defensiva na etapa vespertina, na expectativa pela votação da nova meta fiscal, de R$ 170,5 bilhões para o Governo Central, no plenário do Senado.
Ao término da negociação regular da BM&FBovespa, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2017 indicou 13,685%, de 13,695% no ajuste de ontem. O DI janeiro de 2018 fechou em 12,87%, de 12,83% ontem. O DI janeiro de 2019 terminou a 12,68%, de 12,63%. Nos longos, o DI janeiro de 2021 fechou em 12,61%, de 12,62% no ajuste da segunda-feira.
Pela manhã, as taxas recuaram reagindo à exoneração do ministro do Planejamento, Romero Jucá (PMDB-RR), e também às medidas anunciadas pelo ministro Henrique Meirelles para limitar o avanço dos gastos e reduzir o endividamento do governo. À tarde, contudo o investidor se muniu de cautela diante do risco de a votação da meta não ocorrer hoje, ou mesmo de não passar no Senado. No entender do mercado, o resultado da votação e o placar serão bons termômetros da força do governo para aprovar o que vem pela frente.
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A proposta seria votada primeiramente na Comissão Mista de Orçamento (CMO), mas, assim como ontem, não houve quórum. Desse modo, o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), buscou colocar a votação diretamente no plenário. Contudo, parlamentares da oposição passaram a questionar a votação sem passar antes pela CMO.
Entre as principais medidas fiscais anunciadas por Meirelles, estão a aplicação de um teto para o crescimento das despesas em 2017 limitado pela inflação de 2016, via proposta de emenda à Constituição (PEC). O governo também pediu a antecipação de R$ 100 bilhões do BNDES ao Tesouro Nacional dos empréstimos feitos ao longo dos últimos anos, que pode reforçar em R$ 7 bilhões os cofres públicos, nas estimativas do governo. Ainda, deve ser extinto o Fundo Soberano do Brasil (FSB), que conta atualmente com R$ 2 bilhões de patrimônio.
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