Mesmo com o clima instável dos últimos dias, o Estado irá colher uma nova safra recorde de soja. A informação foi confirmada nesta sexta-feira, 29, pelo presidente da Emater, Clair Kuhn, que divulgou na Fenasoja, em Santa Rosa, os resultados do levantamento finalizado pela instituição nesta semana sobre as condições das lavouras da safra 2015/2016. A colheita esperada é de 16,34 milhões de toneladas, número 4,1% maior do que o registrado no ciclo anterior. Em relação ao total de grãos, esta será a segunda maior safra gaúcha da história, 28,93 milhões de toneladas.
O levantamento, realizado em 328 municípios e que corresponde a 80% da área cultivada, indica que o aumento na área plantada foi de 3,92% fazendo com que o Estado alcançasse 5,470 milhões de hectares plantados. A produtividade média estimada atualmente é de 2.988 quilos por hectare e a cultura está com 85% de área colhida. “Este número, se confirmado, colocará a atual safra de soja como a maior até hoje obtida no Estado, superando inclusive a do ano passado, quando foram obtidas 15,7 milhões de toneladas, segundo o IBGE”, salienta Kuhn.
A redução na área do milho, que já era esperada, ficou em 12,94%. “Entre as culturas analisadas, o milho foi que apresentou a maior variação em relação à safra anterior. Apesar da irregularidade climática ocorrida, a produtividade desta safra (6.264 quilos por hectare), se confirmada já que a cultura está com 90% colhida, será apenas 3,99% menor que a do ano passado, a maior até hoje alcançada no RS”, comenta Clair. Fortemente impactada pela expressiva redução na área e por problemas climáticos no fim do ciclo, a produção recua 16,40%, podendo se esperar uma produção de 4,7 milhões de toneladas.
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No arroz, o levantamento confirmou a diminuição da área cultivada em relação à safra passada, que deverá ser ao redor de 5,62%, projetando um total de 1,064 milhão de hectares. “A produção também deverá ser menor que a do ano passado em 9,98%, por conta da diminuição na produtividade de 5,14%, resultado provocado principalmente pelo excesso de chuva na implantação das lavouras e também na colheita, ficando em um total de 7,813 milhões de toneladas”, informa o presidente. A pesquisa levou em conta dados obtidos em 90 municípios (80% da área cultivada). A cultura está com 70% da área colhida.
A produtividade do feijão, se confirmada (1.602 quilos por hectare), será uma das maiores até hoje alcançada, possibilitando que a produção aumente em 10,16% em relação ao ano passado, apesar da diminuição de área (2,94% menor que a anterior), chegando a 66,9 mil toneladas este ano. Apesar de problemas pontuais em decorrência do clima, regiões produtoras importantes, como as Regionais de Caxias e Erechim, compensaram positivamente com produtividades médias próximas de 2 mil quilos por hectare.
Segundo o presidente da Emater, deve-se salientar que, apesar dessa excelente produção (28.934.655 toneladas de grãos), foram registrados casos pontuais e localizados de perdas em decorrência de problemas climáticos, tais como geadas tardias e chuvas intensas. Os números apresentados ainda não são definitivos e podem sofrer alterações, apesar do alto percentual de área colhida. A pesquisa foi realizada entre os dias 17 e 23 de abril de 2016.
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