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Curso

Multa trabalhista vai financiar capacitação de 50 ex-presidiários

Cerca de 50 egressos do sistema carcerário, jovens infratores e pessoas em situação de vulnerabilidade, no Rio de Janeiro, farão curso de capacitação profissional e empreendedorismo com recursos de uma multa paga ao Ministério Público do Trabalho do Rio de Janeiro (MPT-RJ), no valor de R$ 180 mil, por sindicatos da cidade, relativa à cobrança irregular de contribuição.

O curso começa em março e será oferecido pelo Centro de Integração Social – Uma Chance (Cisc), durante três meses. Foram escolhidos candidatos das favelas Maré, do Alemão, zona, da Mangueira, zona norte e Jacarepaguá, zona oeste. Depois da capacitação, os participantes poderão ser encaminhados para vagas de emprego e aprendizagem por empresas parceiras do centro ou encorajados a abrir seu próprio negócio.

Segundo o procurador do trabalho João Carlos Teixeira, a profissionalização vai ajudar pessoas que enfrentam preconceito na hora de conseguir um emprego. “Oferecer uma nova oportunidade a essas pessoas contribui para reduzir os índices de reincidência criminal”, disse Teixeira, responsável pela destinação de recursos ao projeto.

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As oficinas incluem noções básicas de empreendedorismo, cidadania e habilidades profissionais. Nas aulas de cidadania, serão abordados temas ligados à saúde e educação, entre outros. Nas oficinas profissionais, serão trabalhados conceitos e técnicas ligadas aos setores de prestação de serviços, comércio varejista e alimentos. “No processo de seleção, os candidatos vão passar por uma entrevista em que identificaremos os perfis de cada um, de forma a direcionar a capacitação para as respectivas áreas de interesse”, disse a gestora do projeto no centro de integração, Érica Mara Santos. Segundo ela, os cursos ligados a serviços de elétrica e embelezamento automotivo, técnico de refrigeração, corte e design de cabelo são os mais procurados. O projeto também vai oferecer atendimento psicossocial aos participantes e suas famílias.

A iniciativa terá duração de oito meses, sendo dois para o planejamento e seleção dos participantes e seis de aulas, três meses para cada grupo de 25 pessoas. O custo total da capacitação será de R$ 205 mil, sendo R$ 180 mil oriundos da multa trabalhista e R$ 25 mil aplicados pelo centro. Além do curso, os recursos vão pagar transporte para os participantes, lanche e cesta básica para a família de cada inscrito, além de material didático e gastos administrativos.

A aplicação de recursos de multas e indenizações trabalhistas em projetos sociais tem sido um constante no Rio.  Antes, o dinheiro era destinado apenas ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Uma decisão de janeiro de 2009, da Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público do Trabalho, possibilitou esse tipo de destinação a órgãos e entidades públicas ou privadas que prestam atendimento de cunho social ou assistencial.

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Desde 2012, multas trabalhistas têm ajudado programas sociais em comunidades com Unidades de Polícia Pacificadora, com apoio do Instituto Pereira Passos (IPP, que indica o projeto e fiscaliza a aplicação dos recursos. No ano passado, 20 mulheres da comunidade do Salgueiro, Tijuca, zona norte, receberam aulas de corte e costura, e produziram peças de artesanato, decoração, vestuário e assessórios a partir do material reciclado dos desfiles de carnaval.

Em agosto passado, uma multa aplicada ao Botafogo de Futebol e Regatas patrocinou campanha contra o trabalho escravo.

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