As consequências negativas decorrentes do contrabando de cigarros no País causa preocupação nas entidades ligadas à produção do tabaco na região. Em entrevista à Rádio Gazeta na manhã desta quarta-feira, 3, secretário executivo da Afubra e consultor da Câmara Setorial do Tabaco, Romeu Schneider, criticou a postura do governo federal diante do cenário atual e comentou as últimas decisões tomadas na área.
Conforme Schneider, a partir do dia 1º de maio deste ano, o valor na carteira de cigarro sofrerá mais uma alteração: ela passará a custar R$ 5. “No mercado ilegal ela custa R$ 2 ou R$ 2,50. Isso representa 50% do valor que se consegue comprar. No Brasil, o governo age para complicar quem produz e paga imposto, só traz preocupações e dificuldades”, opinou.
No que toca ao crescimento do contrabando, Romeu Schneider afirmou que a crise e as dificuldades financeiras têm influência direta na situação. “Está ficando difícil e o consumidor se vê forçado a ir para a ilegalidade. Isso prova que temos cada vez mais dificuldade de comercializar nosso produto”, acrescentou.
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Além disso, ele reforçou que as penalidades mais leves para quem é flagrado realizando atividades ligadas ao mercado clandestino também facilitam as ações ilegais. “Não existe um rigor tão grande. Sendo assim, fácil de vender, com um mercado cada vez maior e penalidades muito baixas, quem atua na ilegalidade é favorecido”, disse.
Redução de recursos dificultou apreensões
No fim do ano passado, em uma audiência pública sobre o comércio ilegal em Brasília, a Polícia Federal confirmou que há uma regra interna sobre a apreensão de pequenos volumes. “Quando são pequenos volumes, a PF não atua porque não tem condições. Além de já terem recursos escassos, em 2016 eles foram reduzidos para a Polícia e a Receita Federal”, salientou Schneider.
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