Movimentos que defendem o impeachment de Dilma Rousseff prometem ir às ruas neste domingo, 13, em pelo menos 103 cidades brasileiras para pedir a saída da presidente Dilma Rousseff. Atos contra a petista estão previstos para ocorrer em todas as capitais do País, segundo dados atualizados pelos grupos que organizam os protestos, o Vem pra Rua e o MBL (Movimento Brasil Livre).
No ato de Belém, os manifestantes pró-impeachment se encontraram com críticos à saída de Dilma que estavam em um carro de som, segundo informações da Globo News. A Polícia Militar precisou formar um cordão de isolamento para evitar o confronto entre os dois lados, que trocavam ataques verbais.
O ato em Brasília ocorre em frente ao Congresso Nacional, como foram os demais. Desde as 10 horas, manifestantes já começavam a se concentrar na Esplanada dos Ministérios. No Rio, a manifestação sairá do posto 5, em Copabacana, e seguirá pela orla a partir das 13 horas.
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O ato de São Paulo ocorrerá na avenida Paulista também às 13 horas. O Vem pra Rua se concentra na rua Pamplona, enquanto o MBL estará em frente ao Masp. O grupo Revoltados Online se reunirá na rua Peixoto Gomide. Uma outra concentração, reunindo grupos como Nas Ruas, Avança Brasil, Acorda Brasil, Aliança Nacional e Quero me Defender, será na rua Itapeva.
EM SANTA CRUZ
No município, o Movimento João da Silva organiza uma manifestação na Praça da Bandeira, com início previsto para as 15 horas. Durante a semana, faixas chamando para o protesto foram vistas em alguns pontos da cidade.
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ESQUENTA
A retomada das ruas pelos movimentos sociais de oposição ao governo Dilma, sob a bandeira do impeachment, foi articulada às pressas para acontecer neste domingo. As lideranças foram pegas de surpresa pela decisão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no último dia 2, de aceitar o pedido de impedimento contra a petista.
“A gente não estava esperando por esta notícia e tivemos de nos reprogramar totalmente. Estamos fazendo o possível”, diz Rogério Chequer, do Vem Pra Rua, que trata o ato deste domingo como “esquenta” para eventos maiores a serem agendados.
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Do poder de mobilização das ruas o Planalto pretende tirar a temperatura para definir se trabalha para acelerar ou retardar o rito do pedido de impeachment. O núcleo mais próximo da presidente avalia contar com votos suficientes para arquivar o pedido de afastamento e quer um desfecho do processo antes de março, na expectativa de que as festas de fim de ano e as férias de verão esvaziem os movimentos de rua.
Caso os grupos anti-Dilma consigam levar para as ruas um número de manifestantes semelhante ao dos protestos do início do ano, quando milhares de pessoas participaram, a estratégia do governo muda, e o Planalto trabalhará para agilizar a tramitação do impeachment sob pena de as mobilizações crescerem ainda mais.
A oposição e o presidente da Câmara, porém, trabalham com o diagnóstico de que em março haverá uma deterioração do quadro econômico, o que impulsionaria nova onda de protestos. Para Kim Kataguiri, liderança do Movimento Brasil Livre (MBL), o engajamento para este domingo já é maior que o esperado.
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“Depois da manifestação do dia 15 [de março], participação contabilizada no evento do Facebook deixou de ser termômetro, mas sim o engajamento na página do MBL”, explica. “E batemos um recorde com 10 milhões de interações em duas semanas”, anima-se.