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Tragédia em Mariana

Para Promotoria, ‘houve negligência’ no rompimento de barragens em MG

O Ministério Público de Minas disse ao “Jornal da Globo” que o rompimento das barragens da mineradora Samarco, em Mariana (124 quilômetros de Belo Horizonte), “não foi um acidente tampouco fatalidade”. No acidente, ocorrido na última quinta-feira, 5, morreram ao menos três pessoas morreram – uma delas de infarto – e 25 continuam desaparecidas.

Um documento da Promotoria mostrado pelo telejornal indica que havia risco de rompimento das barragens da mineradora. No papel, consta que “o contato entre a pilha de rejeitos e a barragem não é recomendado por causa do risco de desestabilização do maciço da pilha e da potencialização de processos erosivos”.

“Não foi acidente. Não foi fatalidade. O que houve foi um erro na operação e negligência no monitoramento”, disse o promotor de Justiça do Meio Ambiente, Carlos Eduardo Ferreira Pinto, ao telejornal. Em 2013, o Ministério Público fez várias condicionantes para a renovação da licença de concessão da barragem para a Samarco. Entre elas, a análise de ruptura da barragem e um plano de contingência em casos de riscos ou acidentes.

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Rompimento

Na última quinta-feira, 5, um “tsunami de lama” destruiu centenas de casas, arrastou carros e caminhões e deixou ao menos um três mortos e cerca de 25 desaparecidos, após duas barragens de uma mineradora se romperem. O acidente ocorreu por volta das 15h30, em Bento Rodrigues, a 15 quilômetros do centro de Mariana. A vila, que tinha 121 casas e 492 moradores, segundo o IBGE, foi totalmente inundada pela lama. Com a força da enxurrada, um carro chegou a parar em cima do muro de uma casa.

Na hora do rompimento, um funcionário da empresa Samarco, responsável pela barragem de contenção de rejeitos, morreu no local. Sofreu uma parada cardíaca, segundo Sérgio de Moura, diretor do Metabase (sindicato dos trabalhadores na indústria de mineração de Mariana). De 25 a 30 funcionários estavam no local do acidente.

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Segundo Moura, a Samarco disse que houve abalos sísmicos na região às 14 horas. O observatório da USP registrou, a 22 quilômetros do local, tremor de 2,55 na escala Richter, mas considerado de baixo impacto (com até 3 na escala, nem costuma ser sentido pelas pessoas). O rompimento ocorreu uma hora e meia depois.

Quatro helicópteros foram enviados ao local para resgatar moradores que ficaram ilhados. Sete carros dos bombeiros de Belo Horizonte, dois de Ouro Preto e helicópteros com cães farejadores foram enviados a Mariana, que foi isolada. A cidade não possui bombeiros militares, apenas civis.

 

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