Em época de crise nas finanças do Estado, o combate à sonegação de impostos é apontado como uma das medidas necessárias para turbinar a arrecadação. Entra em operação hoje na Secretaria da Fazenda a nova plataforma de big data, um megassistema computadorizado que permitirá, em frações de segundos, a análise e o cruzamento de informações por parte da Receita sobre a movimentação das empresas e os eventuais casos de evasão fiscal. Espécie de “big brother” das atividades dos contribuintes, o moderno sistema exigiu um investimento de R$ 5,5 milhões, a partir de financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Diferente dos bancos de dados tradicionais, as soluções de big data têm arquitetura tecnológica otimizada para processamento em paralelo de grandes volumes de informações, diminuindo os tempos de resposta. Outro avanço é a possibilidade de detectar padrões de comportamento irregulares de empresas, o que permitirá descobrir a fraude fiscal de maneira precoce.
Nesse sentido, a partir do cruzamento de informações de diferentes bases de dados, a Receita Estadual terá condições de estabelecer um perfil mais preciso da movimentação de cargas e da venda de serviços, tanto nas relações internas como interestaduais. Será possível, por exemplo, monitorar empresas transportadoras a ponto de saber se o IPVA do caminhão está em dia, o perfil do motorista, o produto que está sendo transportado e até mesmo o horário que cruzar nos postos de pedágio.
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O uso em larga escala das novas tecnologias de malhas fiscais, em especial no cruzamento das informações da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), fez com que a Receita Estadual alcançasse em 2015 melhor resultado no controle e fiscalização de tributos nos últimos quatro anos. Entre janeiro e setembro, superou a marca de R$ 1,2 bilhão no combate à sonegação de ICMS, resultado de mais de 17 mil autos de lançamento lavrados, superando em quase 30% o registrado no mesmo período de 2014.