Anitta deu, em 2017, seus primeiros passos em busca da carreira internacional. Primeiro, com Paradinha, sua primeira música em espanhol. Depois, com o projeto Xeque-Mate, pelo qual desde setembro lança, a cada mês, uma nova música e seus clipes. Foram duas em inglês, Will I See You e Is That For Me, e uma em espanhol, Downtown, com o colombiano J. Balvin.
“Vai, Malandra”, em português, mas com rap do norte-americano Maejor, vai encerrar o projeto em dezembro, com uma volta às raízes. Anitta, de 24 anos, nascida e criada em Honório Gurgel, no subúrbio do Rio, gravou o clipe no Vidigal. A música, a mais aguardada pelos fãs, vai trazer de volta o funk que a fez famosa, em 2013, mas que ficou de lado nos últimos lançamentos internacionais.
“Depois vou dar um descanso para a galera e volto com novidades após o Carnaval”, diz Anitta ao Estado. Até lá, ela continua com a agenda de shows cheia. Um novo disco, no formato tradicional, sucessor de Bang (2014), por enquanto não está nos planos. “Não quis lançar para não ter a pressão e a expectativa que um álbum causa.”
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Anitta preferiu apresentar seu trabalho, internacionalmente, música por música. “A intenção não era ter o hit número 1 em todos os lugares, era colocar material na rua. E consegui dar, em números, um resultado legal, ao mesmo tempo sem distanciar o Brasil do meu trabalho.” Os números, aliás, são realmente positivos. Paradinha, por exemplo, conta com mais de 200 milhões de visualizações na plataforma YouTube. Já com Downtown, Anitta se tornou a primeira artista brasileira a bater mais de um milhão de streamings em um só dia no Spotify.
A carreira internacional decola também com ajuda de parcerias. Com Switch, dueto com a rapper australiana Iggy Azalea, se tornou a primeira brasileira a se apresentar no “late show” dos EUA, no programa de Jimmy Fallon. Já em Sua Cara, do grupo eletrônico Major Lazer, encabeçado pelo DJ americano Diplo, Anitta dividiu os vocais com Pabllo Vittar e lançou um clipe gravado no Marrocos. Como resultado, o vídeo teve a melhor estreia no YouTube desde Hello, de Adele, em 2015, com mais de 20 milhões de visualizações nas primeiras 24 horas.
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Para 2018, mais parcerias estão por vir. “Bastante gente lá fora está me procurando, nomes grandes. Como não são trabalhos meus, não posso divulgar nada”, afirma Anitta, que analisa os convites com cautela. “Tem que ter planejamento, não dá para sair gravando com 500 pessoas. Conforme me convidam, vejo se vai ser bom para mim, para a pessoa e se é a hora certa.”
Todo o cuidado vem do lado empresária. Anitta, que já cursou administração, cuida da própria carreira. Estuda o mercado, números e tendências musicais no Brasil e no mundo, com a ajuda de sua equipe. “São pessoas que treinei para trabalhar do meu jeito, muito legais e competentes. Supervisiono cada departamento.” Nas reuniões de negócios, ela atende como Larissa Machado, seu nome de batismo. “Tenho que doutrinar as pessoas para que me enxerguem como empresária. É difícil por me verem sempre na TV.”
A cantora agora planeja, aos poucos, seu próprio festival de música, que deve trazer grandes nomes internacionais para o País. “É um ideia, mas não é algo que se faz do dia para a noite, é muito grande. Por isso ainda não falo muito sobre isso.” Ela nega que os planos tenham surgido após ficar de fora do Rock in Rio deste ano. “Não tivemos briga, inclusive estamos fechando coisas.”
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Anitta, aliás, diz que faz de tudo para não entrar em brigas. Questionada sobre supostos atritos com Iggy Azalea, Pabllo Vittar e Maluma, colombiano com quem gravou Sim ou Não em 2016, ela desconversa. “Cada um tem uma maneira de trabalhar. Sou a pessoa que mais sabe separar o pessoal do profissional”, afirma. “Não é porque cantei com alguém que temos que necessariamente ser irmãos.”
“As pessoas procuram motivo para colocar os artistas um contra os outros”, completa. Pensando nisso, ela criou também a festa Combatchy, que já passou pelo Rio e por São Paulo, onde contou com a participação de Claudia Leitte e Karol Conka. “Minha vontade é mostrar que não precisamos competir.”
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