Adele encara com relutância a intimidade entre a internet e a indústria da música. Em entrevista à revista americana “Time”, a cantora de “25” falou sobre como o mundo conectado interfere – e atrapalha – os novos artistas. “Como eu devo escrever um álbum real se estou esperando por meio milhão de curtidas em uma foto? Isso não é real”, declarou, citando a internet como culpada por saturar a imagem dos artistas e distraí-los de seu trabalho. “Me chamem de antiquada, de ignorante, tanto faz.”
O diagnóstico contribuiu para a decisão da britânica de não disponibilizar o novo disco em serviços de streaming como o Spotify e o Deezer, sendo criticada por fãs e alguns executivos da indústria. O modelo de negócio do streaming remunera menos os artistas que os métodos tradicionais, ao mesmo tempo em que é apontado como “o futuro da música”. Adele conta ter sofrido pressão de ambos os lados do dilema antes do lançamento de “25”.
“Eu não uso streaming. Compro minha música. Eu faço o download e compro uma cópia física, para compensar a pessoa que, em algum lugar, não está fazendo isso”, contou.
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Com o posicionamento, Adele engrossa o coro de Taylor Swift – a quem diz “amar”. A americana também já se manifestou contra a remuneração do Apple Music e do Spotify, que considerou injustas – o primeiro reviu suas políticas, enquanto o segundo perdeu o catálogo da cantora.
“Eu sei que o streaming é o futuro da música, mas não é a única forma de consumi-la”, argumentou Adele. Para ela, a música deveria ser “um evento”, algo incompatível com o novo modelo. “Acho o streaming muito descartável”, opinou.
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