O sucesso de “Frozen” (2013), a animação mais rentável da história do cinema, com US$ 1,2 bilhão nas bilheterias do mundo, fez a Disney acordar de vez para o potencial das personagens femininas, que andavam meio esquecidas no estúdio de Branca de Neve. Em anúncio realizado nesta sexta-feira, 14, em uma convenção especial para fãs, em Anaheim, Califórnia, os três projetos da Disney Animation para os dois próximos anos são todos encabeçados por garotas – ou uma representação delas.
Caso de “Zootopia”, o primeiro da lista apresentada por John Lasseter, chefe criativo da Pixar e Disney Animation, além de criador de “Toy Story”. Previsto para março do ano que vem, o desenho dirigido por Rich Moore (“Detona Ralph”) e Byron Howard (“Enrolados”) conta a história de uma sociedade zoomórfica na qual uma coelhinha (Ginnifer Goodwin) do subúrbio quer ganhar respeito com policial e precisa enquadrar uma raposa esperta (Jason Bateman).
“Ela é a única policial feminina em um distrito repleto de animais corpulentos e quer ganhar o respeito de todos, mas qual é a primeira atitude deles? Colocá-la para multar carros”, discursou Moore, que ainda apresentou a cantora Shakira via conferência de vídeo, revelando que ela está terminando o tema da animação e fará uma gazela popstar no longa, muito bem recebido pelo público.
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Já “Gigantic”, previsto para 2018, pode não ter tido a mesma recepção, mas mostra a preocupação da Disney em tornar seus filmes mais identificáveis entre o público feminino. “Estamos procurando fazer a versão definitiva de João e o Pé de Feijão, mas com um mundo de gigantes, inclusive uma garota que encontra Jack e acha que ele é um brinquedo. Juntos eles precisam derrotar os Gigantes da Tempestade”, explicou o diretor Nathan Greno (“Enrolados”), apresentando em seguida o seu maior trunfo na trilha sonora: a dupla de compositores de “Frozen”, Robert e Kristen Anderson-Lopez, que cantaram uma música inédita ao vivo.
A última animação da Disney Animation foi “Moana” (2016), que, apesar de ter o fortão Dwayne “The Rock” Johnson no elenco como o semideus Maui, a protagonista que batiza o filme é uma princesa do sul do pacífico que explicará porque, há dois mil anos, os maiores navegadoras do mundo pararam de explorar os mares. “A história faz parte da minha herança e da minha cultura. Fazer um filme inspirado no Pacífico Sul é uma honra”, disse Johnson, filho de mãe samoana.
Quando chegou a hora da Pixar revelar sua seleção, o protagonismo feminino caiu um pouco. “O Bom Dinossauro” (dezembro) acompanha um dinossauro e um menino fera recuperando-se juntos da perda das suas famílias. Já “Coco” é sobre um garoto músico no México do Dias dos Mortos.
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Na apresentações mais aguardadas, mais um toque feminino. A sequência de “Procurando Nemo” (2003), batizada de “Procurando Dory”, será focada na esquecida Dory (Ellen DeGeneres), que busca pela família na costa da Califórnia e encontra um polvo (Ed O’Neill) e uma baleia-branca (Ty Burrell) na jornada -perseguida por Nemo (Hayden Rolence) e Marlin (Albert Brooks).
“Vocês sabem o quanto eu queria fazer essa sequência”, brincou a apresentadora Ellen DeGeneres, que passou anos fazendo campanha em seu programa diário na TV americana. “Estou tão orgulhosa do filme, de fazer uma Dory procurando a família, mas sem o menor senso de direção.”
No fim, John Lasseter se auto-apresentou como, claro, diretor do quarto “Toy Story “, filme que ele jurava que não ter mais continuação. “A não ser que surgisse uma história tão boa quanto ou melhor que a anterior, o que era difícil. Mas conseguimos”, disse o chefão. “Toy Story 4”, então será “uma história de amor” entre Woody (Tom Hanks) e Bo Peep (Annie Potts).
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“Woody e Buzz [Lightyear, voz de Tim Allen] vão atrás de Bo. É uma história emocional para mim, inspirada por minha mulher”, revelou Lasseter, que abriu caminho para uma apresentação da canção “You’ve Got a Friend in Me”, cantada e tocada pelo próprio autor, Randy Newman.