Morreu nesta terça-feira, 16, aos 100 anos, o ex-atleta pan-americano e antigo presidente da Fifa, João Havelange. Ele havia sido internado no Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro, em julho deste ano em função de uma pneumonia.

Segundo informações da ESPN, o ex-dirigente passara por problemas de saúde recentemente. Em 2014, no mês de junho, ele foi internado por causa de uma infecção respiratória e permaneceu no mesmo hospital, em Botafogo, por quatro dias até receber alta.

Dois anos antes, em 2012, Havelange chegou a ficar em estado grave com quadro de infecção bacteriana, mas recebeu tratamento no mesmo local e se recuperou. Desta vez, ele não resistiu aos problemas de saúde.

Histórico

Jean-Marie Faustin Goedefroid de Havelange atuou em diversos ramos do esporte antes de ser presidente da Fifa por 24 anos. Nascido no dia 8 de maio de 1916, no Rio de Janeiro, Havelange é filho de um belga que morava no Brasil e comercializava armas. Desde criança, ele praticava vários esportes pelo Fluminense, incluindo o futebol. Porém, foi nas piscinas que mais se destacou.

João chegou a competir em provas de natação na Olimpíada de 1936, em Berlim, e no pólo aquático nos Jogos de 1952, em Helsinque. Foi medalha de prata com o time de pólo no Pan-Americano de 1955.

Havelange fez faculdade e se formou como advogado, além de ter trabalhado como empresário, sendo diretor executivo da Viação Cometa, uma grande empresa de ônibus do Brasil. Já no mundo esportivo, ele também foi presidente do Vasco da Gama e da Federação Paulista de Natação. Foi presidente, também, da Confederação Brasileira de Desportos, a antiga CBF, entre os anos de 1956 e 1974. Neste período, a seleção brasileira conquistou três títulos mundiais em 1958, 1962 e 1970.

Logo depois, foi eleito para integrar o Comitê Olímpico Internacional (COI), onde foi membro de 1963 a 2011, quando pediu desligamento. Em 1974, Havelange venceu as eleições da Fifa e se tornou presidente da entidade, onde permaneceu até 1998. Participou da organização de seis Copas do Mundo e criou Mundiais das categorias de base. Quando deixou o comando para dar lugar a Joseph Blatter, se tornou presidente de honra da Fifa.