Após dias de espera, Tite finalmente foi apresentado como treinador da seleção brasileira na tarde desta segunda-feira, 20. Em entrevista coletiva, o técnico garantiu que foi preciso coragem para assumir a equipe no cenário atual – o Brasil foi eliminado na primeira fase na Copa América Centenário, o que culminou na demissão de Dunga, e no momento está fora da zona de classificação para a Copa do Mundo de 2018.
O novo técnico da seleção brasileira admitiu que ficou frustrado com o fato de não ter sido convidado para assumir o time após a Copa de 2014, garantiu que sabe que o momento não é o ideal, mas afirmou que seleção fazia parte de um sonho pessoal. “O ideal é o início de um trabalho. Mas o ideal não acontece. Veio agora, entendi que devia aceitar, por fazer parte da minha carreira estar técnico da seleção brasileira”, afirmou.
O novo treinador garantiu que o foco agora é a classificação para a Copa do Mundo. “Corre-se o risco (de ficar fora). Claro que se corre. Se não aceitar as possibilidades que estão na nossa frente, estaremos fora da realidade. Há toda uma qualidade de um trabalho para que se busque classificação. Estou aqui porque o resultado não veio”, explicou. Ele destacou ainda que não começará trabalho do zero e que serão aproveitados jogadores que era utilizados por Dunga. “Aprender com os acertos dos outros também faz parte”, completou. “Peço que clubes me proporcionem um dia de treino e conversa com técnicos, conhecer características, como posso intervir, onde jogadores podem render”, comentou.
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Ela garantiu que a seleção comandada por ele não deve ter a sua cara, mas sim “a cara do Brasil e da qualidade individual dos atletas”. “A priori, muita transição e rapidez com base da seleção, afora qualidade técnica. Ajustar, potencializar, essa é minha função”, afirmou.
Tite mantém a tradição de uma década de treinadores gaúchos no comando da seleção brasileira, mas ele rechaçou a marca. O treinador destacou que não acredita em “escola de futebol gaúcho”, e sim, “brasileiro”. “São dois jeitos de jogar futebol. Um premia triangulação e outro contato físico e bola longa. Existem técnicos gaúchos, cariocas, paulistas das duas escolas”, comentou. “Julguem como quiserem, mas minha contribuição para o futebol é aquilo que sei. Essas ideias de transparência e democratização continuam como princípios meus.”
Ao ser questionado sobre o fato de seis meses depois de ter assinado um documento no qual pedia a renúncia de Marco Polo Del Nero ele ter assumido a seleção brasileira e, assim, submeter-se a ser chefiado por ele, Tite garantiu que lhe foi dado autonomia para realizar seu trabalho. “Quando houve o convite para a conversa, houve dois aspectos fundamentais: autonomia e a busca pela excelência, o melhor do futebol, isso eu sei fazer”, comentou.
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O primeiro compromisso do treinador no comando de seleção é acompanhar o jogo da Colômbia na Copa América Centenário. Ele, juntamente com Edu Gaspar, que terá um cargo diretivo no departamento de futebol e que também foi apresentado nesta segunda, viajarão para os Estados Unidos para acompanhar o confronto in loco. Dentro de campo, o técnico comando a seleção no dia 1 ou 2 de setembro, contra o Equador, em Quito, pelas eliminatórias. Logo depois, no dia 6, pegará a Colômbia em Manaus.
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