Mediante autorização da Justiça, o ex-presidente da CBF José Maria Marin, 83 anos, poderá deixar o apartamento onde cumpre prisão domiciliar, em Nova York, para ir à igreja, ao médico e ao escritório de advogados.
Sua defesa confirmou a informação nesta quarta-feira, 4, um dia depois de Marin desembarcar nos EUA vindo da Suíça, onde estava preso há cinco meses. As saídas do apartamento deverão ser coordenadas pela Corte de Justiça de Nova York, onde corre o processo contra Marin e outras autoridades do futebol mundial acusadas de corrupção.
Mesmo assim, a orientação é que Marin obedeça uma “quarentena” antes de pensar em pisar fora do 41D da Trump Tower, o luxuoso prédio onde mantém um apartamento de 100 metros quadrados. Tal conselho teria o objetivo de “respeitar o tribunal’, “respeitar o juiz” e não criar nenhum tipo de suspeita sobre seu comportamento.
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Marin participou de audiência
Marin participou de audiência no tribunal da cidade nesta terça-feira, 3, pouco depois de desembarcar. Ficou sentado a maior parte do tempo e teve a ajuda de um tradutor. Sua mulher ficou a seu lado durante todo o tempo, em pé. Ao final, após assinar documentos, tomou um copo de água e a abraçou longamente. Os dois não se viam desde a prisão de Marin na Suíça, em 27 de maio.
Ao deixar o tribunal cercado pelos seus advogados, não quis dar declarações à imprensa. Apenas disse “boa noite” e “um abraço” aos repórteres que o esperavam do lado de fora. O dirigente se comprometeu a pagar fiança de US$ 20 milhões (cerca de R$ 57 milhões) às autoridades norte-americanas para aguardar o julgamento sobre envolvimento com desvios em contratos do futebol em sua casa.
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O edifício onde Marin tem apartamento, a Trump Tower da Quinta Avenida, fica na região central da cidade, de alto valor imobiliário e a uma quadra do Central Park. O benefício é o mesmo concedido ao ex-presidente da Concacaf Jeffrey Webb, também preso em maio e que aceitou ser transferido em julho para os EUA. Marin é acusado de receber “milhões de dólares de propina” de um esquema ligado a desvios de dinheiro de vendas de direitos de transmissão de torneios da Copa América e da Copa do Brasil.