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Eleições 2018

Debate na TV esquenta de vez o clima entre Leite e Sartori

A pouco mais de uma semana para o segundo turno da eleição para o governo do Rio Grande do Sul, o clima entre os candidatos Eduardo Leite (PSDB) e José Ivo Sartori (MDB) esquentou de vez na noite dessa quinta-feira, 18, durante debate promovido pela TV Bandeirantes, em Porto Alegre. Mais cedo eles já haviam se enfrentado em um programa da Rádio Guaíba. O tom mais agudo entre os adversários vem desde a manhã de terça-feira, quando debateram na Rádio Gaúcha.

O programa da noite dessa quinta começou ameno, com os candidatos respondendo a perguntas de telespectadores sobre segurança, salário do funcionalismo e desenvolvimento econômico. No segundo bloco vieram os primeiros ataques, que aumentaram no bloco seguinte. Os momentos mais tensos vieram nos dois blocos finais. Sartori ficou irritado quando criticado pelo atraso dos salários dos servidores há mais de 30 meses. “Será que eu teria vontade ou interesse político de atrasar salários”, questionou, acusando o adversário de fazer agressões “profundamente eleitoreiras”.

Em mais de uma oportunidade o candidato à reeleição taxou Leite de agressivo em suas colocações e o comparou com candidatos petistas. “Parece que tem alguém do PT falando aqui. Nada está bom, nada funciona. É só crítica”, lamentou o governador, que está de licença não-remunerada para cuidar da campanha. Sartori ainda lembrou que até poucos meses atrás o partido de Eduardo Leite fazia parte da base governista no Estado.

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No último bloco Sartori voltou a reclamar. “Sua agressividade está muito acentuada. O senhor não era assim no primeiro turno. Eu considerava o senhor uma pessoa diferente, até pela sua formação”, reclamou Sartori, acusando Leite de ter sido “debochado” ao dizer que o governador precisa “tirar a bunda da cadeira”. “O deboche não é bom”, disse o emedebista. Leite defendeu-se as acusações e disse que respeita o adversário e em nenhum momento fez ataques pessoais. “Não há agressões pessoais aqui, apenas divergências de propostas e de agenda”, pontuou. Veja, abaixo, o que os candidatos disseram sobre alguns temas:

EGR

Leite – Defendeu a extinção da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR). Disse que “não é papel do Estado ter empresa nessa área e ser operador da manutenção de estradas”. Citou que o Plano Estadual de Logística de Transportes (Pelt) prevê a necessidade de se investir R$ 25 bilhões em rodovias no Estado e que não há dinheiro para isso. “Temos que chamar o setor privado para isso”, defendeu, referindo-se às concessões rodoviárias.

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Sartori – Posicionou-se pela manutenção da EGR. Frisou que o Estado recuperou 3 mil quilômetros de rodovias e que as obras de duplicação da ERS-118, na Região Metropolitana, estão em estágio avançado. “Também retomamos o porto de Pelotas, que transporta todos os dias o equivalente a cem jamantas de carga. São caminhões que deixam de usar a BR-116”, disse o governador, frisando que “o Estado contratou a KPMG para fazer plano de concessões rodoviárias” e que logo após as eleições as primeiras rodovias serão licitadas.

SALÁRIO DO FUNCIONALISMO

Leite – Disse que é preciso priorizar o pagamento em dia dos salários do funcionalismo. “Se recebe em dia o servidor vai às compras e isso movimenta o comércio e a indústria”, frisou. Exemplificou que, quando era prefeito de Pelotas, organizou o fluxo de caixa da Prefeitura para que o pagamento dos salários passasse do quinto dia útil do mês seguinte para o último dia do mês vigente.

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Sartori – “Quem é pai de família sabe que escalonar salários é difícil”, pontuou, explicando que aposta todas as suas fichas no Plano de Recuperação Fiscal, em negociação com a União. “Isso vai nos dar condições de colocar os salários em dia. E mais, vai viabilizar a melhoria de algumas escolas e de algumas rodovias”, frisando que a economia nacional também precisa reagir para que isso aconteça em menor tempo. “Só espero que ninguém faça demagogia com a dificuldade dos servidores. Ninguém atrasa salário porque quer”, encerrou.

SEGURANÇA

Leite – Destacou que o Rio Grande do Sul vive um clima de insegurança e que o Atlas da Violência coloca o Estado como o único do Sul e do Sudeste que apresentou crescimento nos índices de violência letal nos últimos anos. “Temos a maior defasagem de pessoal na Brigada Militar de todos os tempos”, pontuou, criticando que o Plano de Recuperação Fiscal em negociação pelo Estado prevê apenas a reposição de policiais e não a contratação de novos. “Vamos garantir incremento real e anual da tropa”, prometeu, sem detalhar de onde sairão os recursos para isso. “Vamos também fazer parcerias com as prefeituras e investir de forma qualificada na prevenção”, acrescentou.

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Sartori – “Como é fácil criticar. Difícil é fazer. Tudo que ele (Leite) diz que vai fazer nós já estamos fazendo, só que com muita dificuldade”, respondeu, dizendo que ao longo de sua administração foram contratados pouco mais de 6 mil servidores para a Segurança, sendo 2 mil brigadianos no fim do mês passado. “Nós tocamos a segurança pública como prioridade. Desde o primeiro ano fizemos esforços para recolocar pessoal na área”, disse o governador, lembrando que pagou os reajustes para o setor previstos pelo governo de Tarso Genro (PT) e que vem apostando em parcerias com as prefeituras para implantação de sistemas integrados de videomonitoramento.

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