A poucas horas da sessão do Senado que vai definir o futuro do senador Aécio Neves, o clima na Casa é de incerteza. A expectativa é que, após a reunião de líderes prevista para as 14h30, o presidente Eunício Oliveira, confirme ou não a votação desta terça-feira, 17. Eunício passou a manhã fora do Senado.
Entre os defensores do tucano, a dúvida é se ele terá os 41 votos necessários para anular a decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que, além de afastar o mineiro das funções parlamentares, determinou que ele não saia de casa a noite e o recolhimento de seu passaporte.
A situação de Aécio ficou mais delicada depois de, nesta terça-feira, o ministro do STF Alexandre de Moraes acolher os argumentos do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que ingressou nessa segunda-feira, 16, com um mandado de segurança no Supremo para garantir a votação aberta e nominal do caso do mineiro.
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“Isso cria ingredientes para que nós tenhamos um panorama não muito definido sobre essa situação. Houve muito pouco tempo para essas articulações que só vão começar para valer a partir de hoje. Diante da decisão do Alexandre de Moraes, o que vai prevalecer é o já, mas a minha tendência é dar uma oportunidade ao senador ainda dentro desse processo”, avaliou o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), um dos poucos defensores de Aécio que falaram abertamente sobre o assunto hoje.
Outro ponto que pode pesar contra Aécio é que nesta terça-feira pelo menos 11 parlamentares, entre favoráveis e contrários à decisão do STF, estão fora da Casa e não vão participar da votação. Desse total, 10 estão em missões oficiais fora do país e um, o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), está de licença médica. Cada voto a favor do senador é considerado fundamental.
Para o senador Randolfe, a ausência de parlamentares não pode ser justificativa para o adiamento da votação. “A ausência de um, dois, três, quatro ou cinco parlamentares não pode ser razão para o Senado adiar uma votação que ele próprio marcou, inclusive com um ultimato para o Supremo. Agora que tem um ambiente que indica claramente que o senador Aécio não tem votos, adiar seria passar, no mínimo, um papel constrangedor.”
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O presidente do PSDB, senador Tasso Jeireissati (CE), demostrou confiança. Disse que não há motivos para adiamentos e que Aécio terá votos suficientes para voltar ao Senado.
O PT, que inicialmente chegou a criticar a decisão do STF de afastar Aécio do mandato, voltou atrás. A tendência é que a sigla feche questão e vote pela manutenção das medidas contra o tucano.
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