Os advogados de Jorge Luz e seu filho Bruno, apontados como operadores do PMDB no esquema de corrupção na Petrobras, anunciaram nesta quinta-feira, 23, que os dois irão se apresentar às autoridades brasileiras ‘no menor espaço de tempo possível, para dar cumprimento aos mandados de prisão expedidos, antecipando seus voos de regresso ao País’. A informação foi dada em nota pelos criminalistas Gustavo Alves Pinto Teixeira e Rafael Cunha Kullmann.
Bruno deixou o Brasil no dia 16 de agosto e seu pai Jorge no último dia 11 de janeiro. Ambos viajaram para os Estados Unidos e, segundo a Operação Blackout, 38º desdobramento da Lava Jato, não havia registro de que tenham retornado ao País. A defesa afirma que Bruno Luz avisou as autoridades antes de deixar o País e que ambos (ele e o pai) estavam com as passagens de volta já compradas.
Os advogados apresentaram cópias de comprovantes de compras das passagens indicando que Bruno retornaria ao Brasil no dia 6 de julho – mas com retorno à Flórida já programado para o início de agosto – e seu pai no dia 7 de março. O comprovante da compra de Bruno data de 4 da janeiro e o de Jorge de 15 de dezembro. No caso de Bruno, contudo, a compra é de ida e volta e indica que ele retornaria aos EUA no dia 12 de agosto.
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Para a defesa, os comprovantes indicam ‘a inexistência de qualquer intenção de se furtar à aplicação da lei penal, muito menos de se evadir do pais em caráter definitivo, o que nos leva a concluir que não podem estar foragidos, tanto é assim que até mesmo a cota Ministerial que promoveu o pedido de prisão indica as datas de saída de Jorge e Bruno, muito antes de qualquer decisão judicial que lhes impedisse de ir e vir’.
A decisão de Moro decretando a prisão preventiva dos Luz é do dia 15 de fevereiro. “Aliás, é de se dizer que todos ao passos e movimentos dos peticionários eram de ciência das autoridades, veja-se que a defesa em 4 de agosto de 2015 informou à Polícia Federal os motivos da estadia temporária de Bruno Luz no exterior, indicando prazo de permanência e telefone a ser contatado, caso necessário fosse”, segue a defesa.
Os advogados argumentam que pai e filho já prestaram depoimentos em investigações que envolvem políticos com foro privilegiado perante o Supremo Tribunal Federal. Sendo que Jorge Luz depôs três vezes à PF e seu filho uma vez, “que ambos compareceram quando já se encontravam fora do país”, dizem os advogados.
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