Há duas décadas, por conta da legislação que prevê o voto facultativo a partir dos 70 anos, o santa-cruzense Nelson Assmann não tem mais obrigação de ir às urnas durante as eleições. Ainda assim, o comerciante aposentado, hoje com 92 anos, não deixa de exercer esse direito. Há três meses, a esposa, com quem foi casado por 64 anos, faleceu. Os dois iam sempre juntos votar. A perda de Lúcia, no entanto, não impediu o idoso de cumprir com a mesma rotina. No início da tarde desse domingo, 2, ele votou na Escola Afonso Rabuske, em Linha Santa Cruz, interior de Santa Cruz do Sul. Dessa vez, teve como companhia as filhas e os bisnetos.
A primeira eleição da qual seu Nelson participou foi em 1945. “O Getúlio Vargas ainda era candidato”, recorda. O gaúcho se elegeu a senador pelo Rio Grande do Sul e por São Paulo naquele ano. Mesmo com tanta experiência como eleitor, o aposentado acredita que seus critérios para escolher um candidato não se alteraram nessas décadas. “Não mudou muito não. Sempre tive um lado definido. Nunca falhei nenhuma eleição”. Assim, com os adesivos dos candidatos escolhidos no peito, caminhou em passos lentos até a seção eleitoral.
As filhas Ivani, Rose, Sonia e Margareth acompanhar de perto o pai. Só permaneceram distantes no momento do voto. Ficaram do lado de fora quando ele ingressou na sala de votação. Apesar da idade, seu Nelson gosta de manter sua autonomia. “Ele ainda dirige”, conta uma das filhas. Quando questionado sobre o fato de fazer questão de votar, é enfático. “Claro que faço. Por isso estou aqui”. Depois de tanto tempo, ele não pretende mudar de ideia. “Enquanto eu puder, vou continuar votando. Espero estar aqui na próxima”.
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