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Candidata a vice

Seli Flesch: uma mulher sem medo de tomar decisões difíceis

Em busca de seus sonhos, Seli Flesch teve que abdicar da proteção dos pais quando ainda era uma criança e depois de um casamento. Sem nenhum arrependimento, ela afirma que, não fossem essas escolhas difíceis, sua vida não seria como planejou.

Apesar de ter crescido no interior, em Linha Fontoura Gonçalves – localidade que pertencia a Santa Cruz do Sul e atualmente faz parte de Vale do Sol –, nunca teve vontade de permanecer no campo. “Eu chorava pra não ir pra roça. A colheita do fumo é muito difícil, eu não gostava daquilo. Eu gostava era de estudar”, relata. Convenceu seus pais, ambos fumicultores, e deixou seus sete irmãos para morar na cidade, aos 11 anos. No local, trabalhava como babá.

Para fazer magistério, veio para Santa Cruz aos 17 anos e começou a trabalhar em uma padaria. Morou em uma pensão até se formar e ingressar na rede estadual de educação. No início da década de 80, se filiou ao PT. “Eu só conhecia a direita. Quando um partido para a classe trabalhadora surgiu, pensei que ele mudaria o Brasil”, conta.

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Em 1995, tornou-se diretora da Escola Santa Cruz, onde atuou até 2012. Dedicada à inclusão de crianças e adolescentes com deficiência, se orgulha de ter criado uma sala de recursos repleta de equipamentos na escola. Também foi da direção do Cpers.

Pelo PT, concorreu à Câmara em 2000. Alguns anos depois, desapontada, desligou-se da legenda. “Se alguém te rouba um bem material, dá para comprar de novo, mas o PT me roubou um sonho. Eu fiquei órfã.” Somente em 2012, a convite do então vice-governador Beto Grill, retornou à política, no PSB. No ano passado, assumiu a agência FGTAS/Sine e permaneceu na função até o início do segundo semestre de 2016, quando se afastou para disputar a eleição. Um dos nomes mais fortes do partido, acabou indicada para concorrer a vice de Fabiano Dupont.

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“Agora sou independente”

Seli não considera a política  uma profissão, mas sim uma filosofia de vida. Por conta disso, em 2007 se divorciou do marido. “Ele queria que eu ficasse do lado dele sempre. Mas eu não ficava, eu sou o tipo de pessoa que não consegue parar em um lugar só, preciso estar em contato com as pessoas.” O casamento gerou dois filhos, Leonardo e Augusto. Aos 57 anos, Seli mora sozinha e divide o tempo com as três netas, os livros, uma pequena horta na sacada do apartamento e as amigas. “Agora eu sou independente, fiz minha vida a partir das escolhas que tomei e sou feliz assim”, conclui.

RAIO X DE SELI

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Um livro: “Mulheres que Correm com os Lobos, da Clarissa Estés. É meu livro de cabeceira”

Time do coração: “Sou colorada, mas gosto dos gremistas também. O que seria do Inter sem o Grêmio?”

Uma música: “Eu gosto muito de música gauchesca, mas sou bem eclética”

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Um ídolo: “Minha mãe”

Um filme: “Cão Guia. É um curta que conta a história de uma menina cega”

Um hobby: “Caminhar. Tento manter uma vida regrada, é disso que eu gosto”

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Um defeito: “Às vezes falo demais e também sou um pouco teimosa”

Uma qualidade: “Sou bem decidida”

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