Na reunião do Conselho de Ética que define o futuro do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha, nesta terça-feira, 14, o deputado santa-cruzense Sérgio Moraes aproveitou seu tempo na tribuna para defender o peemedebista. “Peço desculpas, mas não posso trair minha consciência”, alegou. Ele lembrou que nunca foi acusado de movimentações irregulares e nem integra nenhuma lista da Lava Jato, portanto destacou que não estava se posicionando desta forma por medo. “Nada disso me preocupa”, salientou.
No começo da sua fala, Moraes destacou que o Ministério Público acusou a esposa de Cunha de fazer compras no exterior com dinheiro desviado e criticou o fato disso ter virado matérias na imprensa. De acordo com ele, na mesma semana, a Rede Globo havia indenizado a esposa do peemdebista, a jornalista Cláudia Cunha, em R$ 5 milhões. “Isso me deixa uma dúvida. Será que não foi esse o dinheiro usado nas compras?”, questionou.
O santa-cruzense ainda citou Joana d’Arc, lembrando que ela foi acusada injustamente. “Em 1431, Joana d’Arc foi queimada, suas cinzas foram jogadas no Rio Senna por bruxaria e comando de guerra. Passou-se o tempo, ela virou santa porque viram que na época estavam errados”, comparou.
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Segundo ele, a nação deve a Eduardo Cunha o fato dele ter tirado o PT do governo. “Os mesmos que criticam Eduardo, defendem o PT. Grande parte dos tesoureiros estão presos. Nunca mais iam tirar PT do poder se não fosse Eduardo. Íamos virar uma Venezuela”, completou.
Moraes criticou ainda a postura de outros parlamentares, que fizeram discurso a favor da ética, mas estão listados na Lava Jato. “Temos que votar com a consciência que somos juízes. Se população ficar contra nós, paciência”, afirmou. “Seria mais fácil pegar carona na demagogia, no discurso fácil, ir no abraço. Nós podemos brigar com todos, mas não com nossa consciência. O meu voto vai ser de cabeça erguida, sem medo e sem problemas com niguém. Não voto para agradar”, concluiu.
Na semana passada, Moraes já havia afirmado que iria votar contra cassação do presidente afastado da Câmara. Na ocasião, ele havia declarado que tinha “medo de condenar um inocente”.
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