A crise política no Brasil levou o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, a cancelar sua participação na reunião de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI), que ocorre na próxima semana em Washington. O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, estará no encontro.
Barbosa tem um papel fundamental na defesa da presidente Dilma Rousseff no processo de impeachment que tramita na Câmara dos Deputados. A prática de crimes de responsabilidade fiscal é a principal acusação do pedido de afastamento da presidente.
Em parecer divulgado na quarta-feira, 6, o relator do processo de impeachment na Câmara dos Deputados, Jovair Arantes (PTB-GO), concluiu que há indícios de prática de crime de responsabilidade fiscal pela presidente, o que justificaria a análise do pedido de afastamento de Dilma. O principal fundamento de seu parecer é a acusação de que a presidente cometeu crime de responsabilidade fiscal ao determinar a abertura de crédito orçamentário suplementar sem autorização do Legislativo. O relator também menciona as operações de crédito irregular conhecidas como “pedaladas fiscais”.
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Na semana passada, Barbosa falou à comissão que analisa a solicitação de impeachment para refutar as acusações. “No ano passado, o governo fez o maior contingenciamento da história. Não há que se falar de flexibilidade fiscal, de irregularidade fiscal ou de crime de responsabilidade fiscal no momento em que o governo fez o maior contingenciamento da história”, disse na ocasião.
O parecer do relator será votado na próxima segunda-feira, 11, na comissão que analisa o pedido de impeachment. Levantamento do jornal “O Estado de S. Paulo” indica que 32 dos 65 integrantes da comissão votarão pela aprovação do parecer – são necessários 33 votos para que o processo tenha continuidade. Vinte parlamentares disseram que rejeitarão as conclusões de Arantes e dez se declararam indecisos.
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