Em entrevista coletiva concedida pelo Gabinete de Crise nesta sexta-feira, 1º, o general Geraldo Antonio Miotto, comandante do Comando Militar do Sul (CMS), disse que a disseminação de “fake news” está sendo investigada em relação aos boatos sobre uma greve dos caminhoneiros. A inteligência do Exército desmobilizou dois casos de sabotagem em linhas de transmissão no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, evitando risco de apagão
“O Exército está de prontidão. O CMS, que reúne os três estados do Sul, tem 54 mil homens e mais de seis mil viaturas. Acho que é a maior transportadora do Estado. Temos tudo isso à disposição da população para manter a segurança e tranquilidade”, salientou. As forças policiais e militares estadual e nacional criaram grandes corredores de segurança nas rodovias para garantir a distribuição de combustível e alimentos para a Capital e o interior
A estrutura do Gabinete de Crise, sob coordenação do vice-governador José Paulo Cairoli, será mantido por tempo indeterminado, até a retomada completa da normalidade. Segundo o Gabinete, foram feitas 974 chamadas, solicitadas 622 escoltas e 1.760 caminhões tiveram o apoio de escolta entre o final da semana passada até esta sexta-feira. “A maior crise de distribuição de alimentos e combustíveis do estado comprometeu o fornecimento de medicamentos e atendimento de hospitais. Gera desconforto e vai causar prejuízo econômico não só no poder público, mas no comércio, indústria e na produtividade agrícola”, disse o governador José Ivo Sartori.
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Fiergs calcula prejuízos em quase R$ 3 bilhões
O presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Gilberto Porcello Petry, prevê que a recuperação da indústria gaúcha, prejudicada pela greve dos caminhoneiros, poderá levar até 10 dias. Segundo estimativas da entidade, as perdas previstas para o setor industrial, até a última quarta-feira, já chegavam a R$ 2,9 bilhões em termos de faturamento.
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O levantamento realizado pela Fiergs não inclui o custo que muitas indústrias terão para a retomada das suas atividades, tais como aquecimento de caldeiras e fornos, limpeza e manutenção de máquinas que não poderiam parar. Também não inclui o impacto nas indústrias exportadoras, cujas perdas não significam apenas redução de faturamento por não embarcar os seus produtos, mas também cancelamentos e multas pelo atraso na entrega.