Grupos de extrema direita brasileiros reagiram fortemente a um programa de controle das “fake news”, lançado pelo Facebook na semana passada. A acusação é de que trata-se da prática de censura e propagação de ideias esquerdistas. Ameaças foram feitas a jornalistas das agências de checagem de conteúdo Lupa e Aos Fatos, associadas do Facebook.
Cristina Tardáguila, diretora da Lupa, não detalhou as ameaças recebidas, mas repudiou o fato. “Ataques pessoais, difamação e ameaças. É completamente intolerável”, disse à rádio CBN. O Facebook já havia feito parcerias semelhantes em outros países, sempre associado à agências pertencentes à Rede Internacional de Fact-Checking (IFCN).
A rede social faz advertências sobre notícias identificadas como falsas e as torna menos vísiveis. Um dos líderes do Movimento Brasil Livre (MBL), Arthur do Val, publicou um vídeo no YouTube para condenar a ação. “De notícias falsas, o termo passou a abranger toda e qualquer informação que desagrade o sistema de sempre, de esquerda, progressista, revolucionário e politicamente correto”, afirmou.
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Alexios Mantzarlis, diretor da IFCN, expressou sua “preocupação” por essa campanha que é feita a poucos meses das eleições de outubro, em uma coluna publicada na quinta-feira passada no jornal Folha de S.Paulo. “A IFCN vem acompanhando o processo em todos os países. Tem sido extremamente tranquilo, teve algum tipo de ataque nas Filipinas, mas absolutamente nada comparado ao que esta acontecendo aqui”, escreveu.