No dia em que se completam dois meses do homicídio da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL), a Anistia Internacional organizou nesta segunda-feira, 14, uma ação em frente à Secretaria de Estado de Segurança Pública (Seseg), próximo à Central do Brasil, no Centro do Rio. A iniciativa contou com a presença da mãe e do pai da parlamentar, Marinete da Silva e Antônio Francisco Neto. Ativistas levaram cartazes lembrando os 60 dias do episódio e questionando sobre a responsabilidade do crime. Também usaram máscaras com o rosto da vítima.
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“A intenção da ação é cobrar novamente que as autoridades do estado se comprometam publicamente com a elucidação do caso. Nós entendemos que as investigações de homicídios são complexas e de forma nenhuma queremos que haja uma aceleração indevida. Mas é justamente por isso que as altas autoridades, o secretário, o Gabinete de Intervenção Federal devem vir a público confirmar o compromisso com uma investigação correta, profunda, adequada”, disse a coordenadora de pesquisa da Anistia Internacional, Renata Neder.
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Segundo a ativista, é importante que o estado se comprometa em revelar não apenas quem matou Marielle, mas também quem mandou matar e qual foi a motivação. “Historicamente no Brasil, homicídios de defensores humanos em geral não são devidamente investigados e não há a devida responsabilização. Quando isso acontece, geralmente é porque há pressão da população, que não deixa o caso cair no esquecimento. Muitas vezes as investigações levam apenas a identificação do executor, mas não do mandante”.
Renata Nedes diz ainda ser preocupante a circulação de informações sobre o caso em veículos da imprensa, como a divulgação do conteúdo de declarações de uma testemunha que implicariam o vereador Marcello Siciliano (PHS) e o ex-policial militar Orlando Oliveira Araújo, atualmente preso sob acusação de liderar milícia na cidade. Para a coordenadora, o sigilo precisa ser respeitado e vazamentos que trazem especulações, informações aleatórias e versões contraditórias não ajudam.
Eleita para ocupar uma vaga na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, com mais de 46 mil votos, Marielle estava em seu primeiro mandato. Sua atuação envolvia a defesa do direito das mulheres, dos negros, da comunidade LGBT e da população de baixa renda. O assassinato ocorreu na noite do dia 14 de março, após ela deixar uma atividade na Lapa, no centro da cidade. Os criminosos seguiram o carro que a transportava e dispararam contra ele quando estavam na Estácio, bairro da região central, matando a vereadora e o motorista Anderson Gomes.
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Nesse domingo, 13, a Anistia Internacional publicou uma nota cobrando a conclusão sobre o assassinato de Marielle e Anderson.