A área econômica do governo analisa a possibilidade de redução da taxa de juros do crédito agrícola para o próximo Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2018/2019, que terá início no dia 1º de julho deste ano. “Estamos tentando chegar a um denominador comum, que seja bom para o produtor rural e que não comprometa o orçamento fiscal”, ressaltou o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Wilson Vaz de Araújo.
Ele participou de audiência do ministro Blairo Maggi com o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, e representantes do Ministério da Fazenda e do Tesouro Nacional, nessa terça-feira, 8. O Ministério da Agricultura fará outras reuniões com a equipe econômica. O anúncio do PAP está previsto para ocorrer na primeira semana de junho, em Brasília.
Quanto aos recursos a serem destinados para financiar a agricultura da próxima safra, o secretário disse que “tem que haver um equilíbrio entre o volume de recursos disponíveis e a taxa de juros”. Ele explicou que, de um lado, houve queda da taxa Selic (taxa de referência básica de juros da economia) e da inflação. Mas disse que há outras variáveis como a fonte de recursos e o impacto no orçamento federal.
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Vaz de Araújo ressaltou que, para chegar a um valor do plano rural, “o governo pondera a execução do ano anterior, a disponibilidade das fontes e a disponibilidade orçamentário para fazer a subvenção à taxa de juros”. De acordo com o secretário, a expectativa é que o desembolso do crédito rural na safra ainda em vigor (2017/2018) fique entre R$ 145 bilhões e R$ 150 bilhões, do montante total destinado que foi de R$ 188,3 bilhões.
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Conab prevê 232,6 milhões de toneladas na safra de grãos
A nova estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra de grãos 2017/2018 divulgada nesta quinta-feira, 10, é de 232,6 milhões de toneladas, superando a previsão inicial de outubro do ano passado, que era de 224,17 a 228,21 milhões de toneladas. O resultado deverá ser o segundo maior da história, que registrado na safra anterior, de 237,7 milhões de toneladas.
Os maiores volumes são da soja, cujo avanço da colheita
vem confirmando a boa produtividade
Foto: RR Rufino/Embrapa
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A estimativa de área é também destaque, com a entrada de números das culturas de inverno e outras, podendo se tornar a maior da série histórica, ou seja, de 61,5 milhões de hectares. Apesar do decréscimo de 2,1% em comparação à safra passada, o número é elevado em relação à média de produção nacional em condições atmosféricas normais. Na comparação com a pesquisa de abril, a estimativa revela aumento de 1,3%, ou de cerca de 3 milhões de toneladas.
Segundo o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, divulgado nesta quinta-feira, 10, o milho e a soja já estão com 96% da área total semeada colhida no Estado, enquanto o arroz atinge 95%. Em relação ao inverno, os produtores gaúchos de trigo continuam mobilizados em busca de crédito de custeio, reserva de sementes e no planejamento. Após essas questões resolvidas, passará a ser estimada a área de cultivo deste ano. A tendência era de redução, mas pode ser revertida em razão do aquecimento dos preços, estimulados pelo baixo estoque, valor alto de importação e aumento da demanda.
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