“Hanseníase: Identificou. Tratou. Curou”. Com essas quatro palavras, o Ministério da Saúde objetiva comunicar à população a possibilidade de combater e curar a hanseníase. Nesta quarta-feira, 31, último dia do chamado Janeiro Roxo, que marca a busca pela eliminação da doença, foi lançada a campanha que pretende, segundo o órgão, alertar sobre sinais e sintomas da hanseníase, estimular a procura pelos serviços de saúde e mobilizar profissionais de saúde na busca ativa de casos, a fim de obter diagnósticos precoces, tratamento e prevenção de incapacidades.
Entre 2007 e 2016, o número de casos novos de hanseníase caiu 37% no Brasil, passando de 40,1 mil diagnosticados no ano de 2007 para 25,2 mil em 2016. Apesar da queda, o país continua sendo o único das Américas a ter a doença como um problema de saúde pública, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (Opas/OMS). Para mudar esse quadro, é preciso reduzir os níveis de incidência a menos de um caso por grupo de 10 mil habitantes ou 10 a cada 100 mil, de acordo com a OPAS.
No país, a taxa de detecção, que representa o número de casos novos confirmados de hanseníase, era de 21,19 casos por 100 mil habitantes em 2007. Em 2016, diminuiu para 12,29 casos por 100 mil habitantes. A situação é mais grave no Tocantis e em Mato Grosso, que são considerados hiperendêmicos para a doença. Maranhão, Piauí, Pará, Rondônia, Roraima e Pernambuco também apresentam taxa de detecção em nível muito alto.
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Casos novos
Os casos novos registrados, conforme dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, estão concentrados nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Em 2016, foram 25.218 casos novos. Em 2017, dados preliminares apontam 24.209 casos novos. Homens com 60 anos ou mais apresentam taxa média de detecção cerca de oito vezes maior que a população masculina com menos de 15 anos. As mulheres mais velhas também apresentam mais a doença do que as mais novas, embora com incidência menor do que ocorre no caso dos homens. Do mesmo modo, a incapacidade física é mais comum entre eles, especialmente na população idosa.
Durante o lançamento da campanha, técnicos do ministério alertaram que foram diagnosticados 1,6 mil casos em menores de 15 anos. Apesar de isso representar 6,72% do total, é importante porque sinaliza focos de infecção ativos e de transmissão recente. Em Belém para o lançamento da campanha, o ministro Ricardo Barros afirmou o combate à hanseníase é uma das prioridades do governo.
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“Gestores, população e profissionais da saúde precisam se unir para apoiar quem precisa do tratamento. Quanto mais rápido o diagnóstico, mais eficaz é o tratamento, por isso os portadores da doença devem buscar os serviços de saúde assim que notarem sinais ou sintomas da doença”, reforçou.
Estratégia
A hanseníase é uma doença crônica, transmissível, que afeta sobretudo a pele e nervos periféricos, daí seu alto poder para causar incapacidades e deformidades físicas. A transmissão se dá de uma pessoa doente sem tratamento, para outra, após um contato próximo e prolongado. O diagnóstico precoce favorece o combate e mesmo a cura da doença.
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As ações que serão deflagradas a partir de hoje pelo Ministério da Saúde têm como foco homens a partir dos 20 anos e, principalmente, os idosos, dada a incidência alta e, inclusive, o número de incapacidades físicas que tem sido diagnosticado. Para alcançar essa população, a pasta aposta na sensibilização entre profissionais de saúde, bem como na busca ativa de casos novos em espaços de convivência, como no ambiente domiciliar e espaços públicos.
A campanha publicitária também enfatiza a importância de examinar as pessoas que convivem ou conviveram de forma contínua e prolongada com os casos diagnosticados, pois a transmissão se dá de uma pessoa doente sem tratamento para outra, por meio das vias aéreas. Além do trabalho nas unidades de saúde, a campanha será feita por meio dos veículos de comunicação.
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