O Rio Grande do Sul entra, a partir desta quinta-feira, 4, na rota oficial dos apaixonados por cerveja. O consumo da diversificada produção cervejeira artesanal, que já deixou de ser uma mera tendência de mercado no Brasil, é tido agora como uma oportunidade para o desenvolvimento econômico e turístico de municípios gaúchos.
O governador José Ivo Sartori reconheceu o potencial em expansão e sancionou o Projeto de Lei 38/2016, aprovado por unanimidade pelos deputados estaduais em dezembro passado, que cria a Região das Cervejarias Artesanais no Estado.
Do preparo do malte de cevada e da adição de água e lúpulo à fermentação, maturação, filtragem e envase, a produção de cervejas gaúchas teve início no século 19 em áreas de colonização germânica. A lei sancionada deve integrar 22 municípios, contemplando a região turística da Rota Romântica e outras localidades interessadas culturalmente.
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No ato realizado no Galpão Crioulo, no Palácio Piratini, o governador Sartori destacou a posição do Rio Grande do Sul como o segundo no ranking de cervejarias do Ministério da Agricultura, perdendo apenas para São Paulo.
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O deputado Elton Weber, autor do projeto, destacou que a lei colabora com a tradição da produção cervejeira no RS. “É um apoio que queremos dar a tudo o que está sendo feito, a todas as pessoas envolvidas em uma tendência que a cada ano cresce com iniciativas comunitárias e mantém a cultura e a tradição dos pais e avós. Esperamos, no futuro, poder colher bons frutos”, explicou.
Municípios incluídos na Rota
Os municípios que fazem parte da nova rota são São Leopoldo, Novo Hamburgo, Estância Velha, Ivoti, Dois Irmãos, Morro Reuter, Santa Maria do Herval, Presidente Lucena, Linha Nova, Picada Café, Nova Petrópolis, Gramado, Canela, São Francisco de Paula, Alto Feliz, Campo Bom, Feliz, Igrejinha, São Vendelino, Sapiranga, Três Coroas e Vale Real.
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Da cervejaria O Farol, de Canela, Mateus José da Silva afirmou que este é um grande passo para as cervejarias da região. “É a consolidação de um setor produtor de alta qualidade. Acredito que o embasamento turístico e gastronômico vai ser de grande importância para nós”, afirmou.
Mercado cervejeiro
O mercado brasileiro está entre os três maiores do mundo, atrás apenas de China e Estados Unidos. Segundo o Instituto da Cerveja, o consumo no País movimentou R$ 77 bilhões em 2016, o que corresponde a 1,6% do PIB.
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As microcervejarias são responsáveis por menos de 1% do faturamento do setor, conforme pesquisa do Sebrae divulgada pelo instituto, mas os números revelam grande potencial de crescimento. De 2007 a 2015, houve um aumento de mais de 500% no número de microcervejarias no País. A concentração econômica registra que 91% delas estejam nas regiões Sul e Sudeste, segundo estimativa feita há dois anos.
Nos últimos anos, a taxa de crescimento do mercado de cervejas artesanais permaneceu em torno de 30% ao ano. Além disso, o setor é um dos que mais emprega, com mais de 2,2 milhões de trabalhadores ao longo da cadeia de produção.
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