A semeadura de arroz para a safra 2017/2018 já começou na região e ocupa 10,5% da área prevista para o 5º e o 27% Núcleos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Nates) do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga). No 5º Nate (Rio Pardo, Pantano Grande, Passo do Sobrado e Encruzilhada do Sul), o plantio se iniciou em setembro e atinge hoje 8,6% (1.180 hectares) dos 13.690 hectares previstos. Já no 27º, foi efetuado em 12% (2.147 hectares) da área projetada para a cultura: 17.950 hectares.
O chefe do 5º Nate, Ricardo Tatsch, observa que o percentual semeado até agora na área de abrangência dos dois núcleos é menor que o registrado em igual período de 2016, quando atingiu 23%, o que é preocupante. Conforme ele, a diferença deve aumentar mais devido ao excesso de chuvas registrado nesta semana e à tendência de a instabilidade se manter por mais dias. “Porém, o que definirá a produtividade na região será o clima no decorrer de outubro e início de novembro”, avalia.
Tatsch explica que a preocupação se estende para as outras regiões, especialmente a Campanha e a Fronteira Oeste, onde o atraso é ainda maior se for comparado ao da última safra. Relata que, na segunda semana de outubro de 2016, o Estado já havia plantado 50,6% da área de 1.106.000 hectares prevista. E este ano semeou apenas 21,9% do espaço projetado à nova safra (1.078.000 hectares).“Os motivos são as chuvas e o desânimo dos agricultores devido aos reduzidos preços e consequente baixa remuneração das lavouras arrozeiras.”
Publicidade
No 27º Nate (Candelária, Novo Cabrais, Cerro Branco, Vale do Sol, Vera Cruz, Santa Cruz, Venâncio Aires e Cruzeiro do Sul), em 12 de outubro de 2016, estava plantada 33% da área prevista para a cultura (17.716 hectares).
Investimento menor
O chefe do 5º Nate, Ricardo Tatsch, diz ser provável que este ano o investimento no cultivo seja menor no Estado, devido à baixa remuneração das lavouras. “Este é um ano difícil economicamente para os produtores. E se eles reduzirem o pacote tecnológico, a produtividade será afetada. Dificilmente teremos uma safra tão grande como a do ano passado, quando a produção gaúcha atingiu 8,74 milhões de toneladas”, frisa. O arroz é comercializado na região por R$ 34,00 a saca de 50 quilos.
Publicidade
De acordo com Tatsch, levando em consideração o custo de produção atual, o cultivo do grão se torna praticamente inviável quando comercializado por menos de R$ 45,00 a saca. Ele acrescenta que, com o valor praticado hoje, o produtor mal consegue dar conta de seus custos variáveis, que são os insumos em geral. “E acaba sucateando seu maquinário, contraindo dívidas e, muitas vezes, tendo que abandonar a atividade”, conclui.